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22/Oct/2025

Boi: setor dos EUA contra importação da Argentina

A American Farm Bureau Federation (AFBF) expressou preocupação nesta terça-feira (21/10) com os planos do presidente norte-americano, Donald Trump, de reduzir os preços da carne bovina nos Estados Unidos por meio do aumento das importações provenientes da Argentina. A entidade reconheceu as dificuldades enfrentadas pelas famílias norte-americanas com a alta dos alimentos, mas destacou que os produtores rurais também vivem uma crise econômica severa. Muitos pecuaristas operam no vermelho há anos, em meio a condições climáticas adversas e preços historicamente baixos para o gado. A queda nos preços do gado é a última coisa necessária em uma região rural já pressionada. A AFBF pediu ao governo que avalie cuidadosamente os impactos da medida sobre os pecuaristas locais. A simples menção à importação de carne bovina criou mais instabilidade e incerteza.

Inundar o mercado norte-americano com carne estrangeira pode comprometer a capacidade do país de manter sua autossuficiência alimentar a longo prazo e colocará em risco a decisão de os pecuaristas recomporem o rebanho no país. A entidade está disposta a dialogar com o governo para garantir que agricultores e pecuaristas possam sobreviver a esta “tempestade econômica". A Associação Nacional de Criadores de Gado de Corte dos Estados Unidos (NCBA) também reagiu às declarações do presidente Donald Trump, que sugeriu aumentar as importações de carne bovina da Argentina como forma de reduzir os preços ao consumidor. A entidade, que representa produtores familiares e pecuaristas em todo o país, alertou que a medida poderia prejudicar o setor doméstico e distorcer o livre mercado. O plano só cria caos em um momento crítico do ano para os produtores norte-americanos de gado, sem fazer nada para reduzir os preços nos supermercados.

A NCBA também destacou o desequilíbrio comercial entre os dois países: nos últimos cinco anos, a Argentina exportou mais de US$ 801 milhões em carne bovina aos Estados Unidos, enquanto as vendas norte-americanas para o mercado argentino somaram pouco mais de US$ 7 milhões. Além disso, foram apontados riscos sanitários, lembrando que a Argentina tem histórico de casos de febre aftosa, doença que poderia afetar gravemente o rebanho norte-americano se reintroduzida no país. Apesar da alta recente nos preços da carne, a NCBA afirmou que a demanda doméstica segue robusta, impulsionada pela qualidade e segurança do produto nacional. A associação apelou a Trump e ao Congresso para que "deixem o mercado funcionar", evitando interferências que possam prejudicar as comunidades rurais dos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.