ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

20/Oct/2025

Boi: emergência climática e as emissões de metano

As atividades ligadas a energia, agropecuária e gestão de resíduos são as que mais emitem metano na atmosfera, mas podem ser aliadas preciosas no enfrentamento à emergência climática. Especialistas reunidos no seminário “Freio de Emergência Climática: O Brasil no centro da guinada global”, realizado na quinta-feira (16/10), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ), ponderaram que, apesar das oportunidades, as soluções desenvolvidas pelo setor privado ainda precisam ganhar escala e velocidade. A menos de um mês para a COP30, em Belém (PA), os participantes do evento reconheceram que houve avanços desde a COP de Glasgow, em 2021, quando 103 países se comprometeram a reduzir as emissões de metano, entre eles o Brasil. Porém, sãos necessários esforços para ampliar a visibilidade de projetos já apresentados pelo setor produtivo e por organizações da sociedade civil.

Segundo a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, colocar o foco e a prioridade no tema do metano seria um dos grandes ganhos da COP30. Já tem muitas soluções para resolver o problema de metano, mas elas não têm ganhado tanta visibilidade como merecem. Também é preciso pensar como escalar essas soluções. Outro gargalo é a falta de dados precisos sobre as emissões globais de metano. Estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA) indicam que o lançamento de metano na atmosfera é 80% superior ao anunciado voluntariamente pelos países. Isso ocorre porque os relatórios são elaborados com base em estimativas das empresas, que utilizam instrumentos genéricos e não métricas adequadas de mensuração.

Por esse motivo, o Observatório Internacional de Emissões de Metano (IMEO) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), enfatizou a iniciativa do IMEO de coletar dados a partir de diferentes fontes, como satélites e drones, capazes de detectar com maior precisão o metano emitido por diferentes setores. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) afirmou que ainda que as atividades do agro emitam gases de efeito estufa, elas também são impactadas pelos eventos climáticos. O setor agropecuário pode ser parte da solução do freio da emergência climática. Um dos objetivos do setor é fazer com que os produtos agropecuários, como a carne e o leite, cheguem ao consumidor emitindo menos metano. Para o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), há, porém, um distanciamento entre a criação de soluções e o alcance até o produtor rural.

É preciso falar a linguagem das pessoas que vão implementar essas medidas. São as pessoas que estão no campo que vão reduzir o metano. O Brasil pode liderar o processo de redução. O Brasil é o quinto maior emissor global de metano. Mas, é um país tão diverso, que serve como um laboratório do que funciona e não funciona para outros países, afirmou o Global Methane Hub. Outro caminho apontado para minimizar as emissões de metano é a valorização de resíduos orgânicos. A COP30 abre oportunidades para que sejam colocados em prática projetos voltados para o reaproveitamento do lixo orgânico. O Instituto Pólis observou que um desafio é estabelecer modelos financeiros sustentáveis para isso. Há cidades europeias com altas taxas de reciclagem por causa da concessão de incentivos econômicos. No Brasil, parte da população não tem acesso à coleta de lixo e outra parte, que vive em comunidades, tem acesso indireto. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.