16/Oct/2025
Segundo a StoneX, o Brasil emplacou recordes de exportação de carne bovina em agosto, setembro e já na primeira semana de outubro. Mesmo assim, o preço da arroba segue perto da média do ano. O motivo está no mercado interno: a carne de frango ficou mais barata depois da crise de gripe aviária do meio do ano, e isso derrubou as cotações de todas as proteínas. O câmbio também pesa sobre a rentabilidade das vendas externas. Parece que 2025 foi uma ‘montanha-russa’, mas a média de preço hoje está muito parecida com a do início do ano. Em janeiro, o boi gordo estava cotado em torno de R$ 322,00 por arroba. Depois da "safra do boi", período de maior oferta entre o fim do primeiro trimestre e o começo do segundo, houve reação puxada pela demanda externa. A gripe aviária, porém, mudou a fotografia: com menos frango saindo do País naquele momento, sobrou produto no mercado interno e o preço caiu. As proteínas competem entre si.
Mas, as exportações brasileiras de frango voltaram a crescer e bateram recorde em setembro. Os preços domésticos, porém, demoram mais a responder. O comércio exterior tem velocidade de recuperação maior que os preços. O volume volta, o preço leva mais tempo. Outro ponto é o câmbio. Mesmo com embarques fortes, o Real mais valorizado reduz o ganho por quilo vendido no exterior. A taxa de câmbio tem efeito direto na margem. Se o câmbio ficar menos competitivo, a rentabilidade cai. Para a virada do ano, as escalas de abate estão mais longas, porque muitos bovinos de confinamento, engordados com ração para atender os pedidos da Ásia no fim do ano, já foram contratados. Isso diminui as compras no mercado à vista, o que também limita a alta de curto prazo. A sazonalidade pode ajudar: o 13º salário costuma aumentar o poder de compra das famílias no fim do ano, e, com parte da produção indo para exportação, sobra menos carne no mercado interno, combinação que tende a dar algum suporte ao preço. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.