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16/Oct/2025

Boi: retenção de fêmeas definirá abates em 2026

Segundo a StoneX, a decisão dos pecuaristas de segurar ou não as fêmeas na estação de monta iniciada em setembro vai determinar se o abate elevado de bois registrado no começo de 2025 se repetirá no início do próximo ano. A seca de 2024 prejudicou as pastagens e reduziu a taxa de prenhez, o que levou mais fêmeas para o abate nos primeiros meses de 2025. Agora, com as chuvas da primavera melhorando o pasto, a dúvida é se o produtor vai reter a fêmea para reprodução ou manter o ritmo de abates. A retenção de fêmeas será muito relevante, já que, pelas condições de clima, houve maior abate no começo de 2025. É preciso ver se isso se repete ou não no começo de 2026. A estação de monta aproveita o pasto em recuperação para elevar a taxa de prenhez. Nesse período, o abate de fêmeas costuma cair e o de machos aumentar, muitos vindos de confinamentos voltados a atender a demanda da Ásia no fim do ano, especialmente da China, que concentra compras antes do Ano-Novo Lunar de janeiro.

A estação se inicia em setembro, e isso gera queda nos abates de fêmeas. Em sentido inverso, o abate de machos aumenta. As estimativas da StoneX já mostram recuo no abate de fêmeas em agosto, movimento esperado pela época do ano. O volume, porém, ainda é alto, concentrado nas novilhas. Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), quase 40% dos abates em Mato Grosso, maior produtor do País, são de bovinos com menos de 24 meses. O comportamento dessas fêmeas jovens será decisivo para ajustar o tamanho do rebanho em 2026. A produção de boi no Brasil ainda é, em grande parte, a pasto. As chuvas nas Regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil, no Uruguai, Paraguai e Argentina chegam com a primavera. Isso melhora o pasto e os corpos das fêmeas, com impacto direto na fecundação. Diferentemente de anos anteriores, quando nesta época o foco estava na oferta, em 2025 as atenções se voltam para a demanda.

O Brasil já embarcou mais de 100 mil toneladas de carne bovina só na primeira semana de outubro. Com mais de 300 mil toneladas embarcadas em outubro, o Brasil quebra o recorde histórico de 2024. Há grandes chances desse recorde acontecer já neste mês. A China compensou amplamente a saída dos Estados Unidos depois das novas tarifas. Quando a tarifa entrou em vigor em agosto, a participação da China subiu de 52% para quase 60% das exportações brasileiras. Filipinas, Rússia e Indonésia, que multiplicou por seis suas compras em relação a 2024, também sustentaram os embarques, ao lado de México, Chile, Oriente Médio e União Europeia. A relação com os Estados Unidos segue como principal ponto de atenção até o fim do ano. O Brasil preencheu a cota de 65 mil toneladas nas duas primeiras semanas de janeiro e assumiu a liderança no fornecimento de carne bovina para o mercado norte-americano em 2025.

Até julho, antes da tarifa mais alta, o Brasil já havia embarcado 176 mil toneladas, perto das 189 mil toneladas de todo 2024. As exportações para os Estados Unidos somaram US$ 1,3 bilhão em 2024 e já alcançavam US$ 1,2 bilhão até agosto de 2025. Após o preenchimento da cota, a tarifa subiu de 26,4% para 76,4% em agosto, com o acréscimo de 50%. Mesmo com tarifa de 36% depois do chamado Liberation Day, a carne brasileira, a US$ 6,00 por quilo, continuava mais barata que a do Canadá e da Austrália, entre US$ 8,00 e US$ 10,00 por quilo. A perda de competitividade só veio quando o encargo superou 70%. Há grandes expectativas de negociação nas próximas semanas. Os Estados Unidos estão com inflação histórica nos preços da carne, o menor rebanho desde a década de 50 e um dos maiores consumos per capita do mundo, com mais de 30 quilos por ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.