16/Oct/2025
Ao longo dos últimos meses (de junho a setembro deste ano), a carne suína negociada no atacado de São Paulo registrou consecutivas perdas de competitividade frente ao frango. Já nesta parcial de outubro, observa-se reação na competitividade da carne suína em relação à avícola. Esse cenário está diretamente ligado ao caso da gripe aviária registrado em maio em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, que pressionou os valores de comercialização da carne de frango entre junho e o começo de setembro, desfavorecendo a competitividade da proteína suína. No entanto, desde meados do mês passado, os valores da carne de frango passaram a se recuperar, influenciados pelo reaquecimento das exportações brasileiras da proteína.
O bom desempenho das vendas externas, por sua vez, esteve atrelado à retomada dos embarques de carne de frango à União Europeia (os envios ao bloco estavam suspensos desde maio). Em outubro, o movimento de alta nos preços do frango segue firme, enquanto os valores do suíno estão em queda, resultando, portanto, em ganho de competitividade da carne suína frente à de frango pela primeira vez desde o caso da gripe aviária. O preço médio do frango resfriado em outubro está 7,2% superior ao de setembro/2025 e 15,5% acima do de agosto (quando a média mensal foi a menor de 2025). A atual média da carcaça especial suína, por sua vez, está quase 6% abaixo da de setembro/2025. Com essas movimentações, o diferencial entre os preços das duas carnes diminuiu 22,5% de setembro para outubro, a queda mais expressiva desde dezembro de 2024. Vale lembrar que a redução na diferença se traduz em ganho de competitividade para a carne suína.
Em termos absolutos, a diferença entre as médias das duas carnes é de R$ 4,59 por Kg em outubro. A carne suína também vem ganhando competitividade frente à bovina. Nesta parcial de outubro, a média da carcaça casada bovina negociada no atacado de São Paulo está 0,5% abaixo da média de setembro. Como a desvalorização do suíno foi mais intensa que a da carne de boi, houve aumento na diferença entre os preços desses produtos, de 8,5% de setembro para outubro, o que, neste caso, evidencia ganho de competitividade da carne suína. Em São Paulo, no atacado, o ritmo de negócios está estável no mercado interno, mas as exportações seguem intensas. A carcaça especial tem leve desvalorização de 0,2% nos últimos sete dias, negociada à média de R$ 12,58 por Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.