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15/Oct/2025

Boi: oferta elevada limitando altas no curto prazo

Segundo o Itaú BBA, a retenção de fêmeas deve reduzir a disponibilidade de gado terminado a partir de 2026, fortalecendo os preços do boi gordo, enquanto o bezerro tende a seguir valorizado diante da menor oferta de bovinos jovens. No curto prazo, porém, a elevada oferta de gado de confinamento e o consumo doméstico enfraquecido devem conter a valorização do boi gordo. Os pecuaristas devem adotar estratégias de proteção de preço, como travas de mercado, aproveitando os patamares remuneradores sinalizados pelos contratos futuros. Na B3, a curva futura indica preços próximos de R$ 330,00 por arroba para dezembro, refletindo expectativa de melhora sazonal da demanda com as festas de fim de ano e manutenção do bom desempenho das exportações. A oferta interna de carne bovina deve permanecer ajustada ou até menor do que no terceiro trimestre de 2024, o que tende a sustentar o preço da carcaça e, consequentemente, do boi gordo.

Porém, há riscos a serem monitorados, como a desaceleração da economia brasileira, o alto endividamento das famílias e a concorrência do frango, proteína mais barata que também apresentou forte valorização em setembro. Esses fatores podem limitar o ritmo de recuperação dos preços no curto prazo. O preço médio do boi gordo em São Paulo estava em R$ 308,00 por arroba no dia 10 de outubro, após cair de R$ 314,00 por arroba no início de setembro para R$ 302,00 por arroba no fim do mês. Em relação à média de agosto, houve leve alta de 0,3%. O avanço do volume de bovinos terminados e a demanda doméstica fraca limitaram a recuperação dos preços. Em Mato Grosso, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que a escala média de abates subiu de 10 para quase 14 dias entre o fim de agosto e o fim de setembro, sinalizando ritmo intenso nas indústrias frigoríficas. O volume de fêmeas abatidas permanece acima do observado em 2024.

De janeiro a agosto, o total de abates no Estado caiu 1%, com recuo de 7% nos machos e aumento de 5% nas vacas. As exportações de carne bovina atingiram 314,7 mil toneladas em setembro, recorde histórico e 25% acima do mesmo mês de 2024. A China ampliou as compras em 38,5%, compensando a queda de 62% nos embarques para os Estados Unidos. O preço médio da carne exportada teve leve alta de 0,3% em dólar, alcançando o maior valor nominal dos últimos 35 meses. O boi valorizou 1,8% em dólar, reduzindo o spread de exportação (diferença entre o preço da carne e o custo do boi) de 13% para 11%, patamar igual ao de setembro de 2024. No mercado de reposição, o bezerro subiu 2,5% em setembro e acumula alta de 40% em um ano, contra 20% de valorização do boi gordo no mesmo período. A relação de troca entre bezerro e boi terminou o mês mais desfavorável ao recriador, com a reposição mais cara. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.