09/Oct/2025
A exportação de carne bovina ao longo de 2025 (consolidada até setembro) abre perspectivas para que este último trimestre siga em máximas históricas. O volume embarcado até o último mês foi o maior já registrado para o período. O desempenho histórico tem sido alavancado pela demanda robusta vinda da China e de Hong Kong, que, juntos, ampliaram significativamente suas aquisições. O volume adquirido pelos dois em setembro foi 37,5% maior que há um ano, além do que outros destinos, como Emirados Árabes, Chile e até os Estados Unidos, também aumentaram suas compras. Esse cenário de forte procura externa somado à aproximação das festividades do Ano-Novo Chinês embasam uma perspectiva positiva para o setor no último trimestre do ano.
Em setembro, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 348 mil toneladas de carne bovina (produtos in natura quanto industrializados), o maior volume mensal da série da Secex, iniciada em 1997. Com isso, o total exportado de janeiro a setembro de 2025 alcançou 2,41 milhões de toneladas, superando em 15,4% o resultado do mesmo período de 2024 e estabelecendo um novo recorde. China e Hong Kong foram os grandes protagonistas desse movimento, respondendo por 56,7% do total da carne vendida pelo Brasil. A intensificação dos embarques para a China no final do terceiro trimestre já sinaliza o movimento de preparação dos importadores para o Ano-Novo Chinês, principal data de consumo de carne no país. A celebração, que em 2026 ocorrerá em 17 de fevereiro, exige que os estoques sejam formados com antecedência.
Considerando-se um tempo de trânsito marítimo de 30 a 45 dias, a janela de negociação e embarque para atender a essa demanda se concentra justamente neste último trimestre de 2025. Com a necessidade de garantir o produto para o período festivo, a expectativa é que os importadores chineses mantenham o ritmo de compras aquecido em outubro, novembro e dezembro. Essa demanda contínua tende a manter os frigoríficos brasileiros ativos nas compras de gado, principalmente de bovinos que cumprem os requisitos de exportação. Em 2024, o período de maior demanda chinesa coincidiu com momento de baixa oferta de animais para abate no Brasil (setembro, outubro e novembro), fator que alavancou as cotações de bois, vacas e novilhas no mercado nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.