07/Oct/2025
Com uma abordagem pioneira e abrangente em escala global, pesquisadores brasileiros desenvolveram uma metodologia que permite projetar como rebanhos de animais de produção de diferentes espécies responderão fisiologicamente aos impactos das mudanças climáticas entre 2050 e 2100. Segundo os cientistas, se o aumento médio de 2°C de temperatura for atingido em 2050, situações críticas para a agricultura e a saúde de animais e humanos ocorrerão com mais frequência e intensidade.
Os resultados do estudo podem servir de base à estruturação de políticas públicas e privadas de segurança alimentar. Pequenos ruminantes serão os mais impactados em três cenários (2050, 2075 e 2100) em países do Hemisfério Norte, se comparados aos do Hemisfério Sul. A projeção é de aumento médio de até 68% na taxa respiratória (quantidade de vezes que se respira por 1 minuto) dos animais do Hemisfério Norte em relação ao Sul.
A pecuária leiteira no Hemisfério Sul será a mais vulnerável ao estresse térmico entre ruminantes nos trópicos. Caprinos e bovinos de corte têm maior resiliência. Entre os animais de produção do Hemisfério Sul, as galinhas poedeiras e codornas são as mais suscetíveis ao estresse térmico, com aumento previsto de até 40 batimentos respiratórios por minuto até 2100. Os achados estão na revista científica Environmental Impact Assessment Review.
Com as temperaturas globais aumentando e os eventos climáticos se tornando mais extremos, será preciso desenvolver linhagens resistentes e adaptáveis, além de ambientes produtivos de alto nível, com controle de condições térmicas. O estudo fornece subsídios cruciais para orientar políticas de adaptação da produção animal visando à segurança alimentar e à sustentabilidade ambiental. Segundo a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), adaptações precisarão ser feitas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.