02/Oct/2025

O mercado pecuário inicia outubro na esteira de um setembro atípico. O mês costumava ter oferta apertada de bovinos para abate e preços em alta. Mas, desde o início deste ano, os confinadores reforçaram os lotes, e as entregas programadas para setembro acabaram sendo suficientes para atender a demanda interna e a externa, que se mantém bastante aquecida. Como resultado, em todas as regiões, foi baixo o interesse por compras no mercado de balcão, as escalas estiveram alongadas e as cotações, pressionadas. No acumulado de setembro, a maior desvalorização do boi gordo foi observada justamente em Cuiabá (MT), Estado que, de longe, concentra o maior rebanho tanto de pasto quanto confinado.

Em Mato Grosso, o preço do boi gordo caiu 4,5% ao longo de setembro, com média de R$ 286,71 por arroba no dia 30 de setembro. O preço médio do boi gordo em São Paulo recuou 2,1% em setembro, encerrando o mês a R$ 304,10 por arroba. Todas as regiões pecuárias tiveram aumento nas escalas de agosto para setembro. Em boa parte delas, as médias das escalas no último mês foram as maiores do ano, após dois ou três meses de alongamentos consecutivos mesmo durante o período de seca. Em Cuiabá, por exemplo, a média das escalas foi de 10,8 dias em agosto e de 15,9 dias em setembro. Em São José do Rio Preto (SP), a média foi de 12,2 em agosto para 13,9 dias em setembro. A oferta elevada de bovinos para abate está em linha com dados de lotação dos confinamentos acompanhados mensalmente pela Tortuga-DSM.

Segundo esses dados, a taxa de ocupação dos confinamentos em setembro esteve 16,5% superior à do mesmo período do ano passado. Com o reforço no número de bovinos confinados, foi observado também o aumento da comercialização via contrato, estratégia que garantiu o fluxo de venda dos confinadores e de abastecimento da indústria, diminuindo a dependência de compras no mercado de balcão (spot) para compor as escalas. A menor concorrência entre compradores deu espaço à pressão baixista sobre os lotes negociados no balcão, que servem como referência de preço para todo o mercado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.