02/Oct/2025
O suinocultor de São Paulo vive o momento mais favorável em mais de 20 anos no que se refere à compra de farelo de soja, que é um dos principais insumos utilizados na atividade. Com a venda de 1 Kg do suíno vivo na região de Campinas (SP), o produtor conseguiu comprar em setembro 5,57 Kg de farelo de soja, a maior quantidade registrada pelo Cepea desde dezembro de 2004, quando a relação de troca atingiu recorde, de 6,49 Kg. Vale lembrar que, no encerramento de 2004, o insumo apresentava a menor cotação daquele ano (em valores reais, em R$ R$ 1.548,00 por tonelada), enquanto o suíno vivo era negociado em patamar bastante elevado (na casa dos R$ 10,00 por Kg, em termos reais).
Ressalta-se, também, que o poder de compra atual está 54% acima da média da série histórica do Cepea, iniciada em janeiro de 2024, que é de 3,62 Kg. Além dos preços mais firmes de venda do suíno vivo (o valor médio em setembro, de R$ 9,25 por Kg, foi o maior de 2025), esse cenário favorável ao suinocultor é influenciado pelas recentes fortes desvalorizações do farelo de soja. O derivado negociado na região de Campinas registrou média de R$ 1.660,53 por tonelada em setembro, sendo 25,2% abaixo da verificada no mesmo período do ano passado, em termos reais.
O farelo de soja vem sendo comercializado nos menores patamares nominais desde 2020. A forte demanda brasileira e norte-americana pelo óleo de soja para produção de biodiesel tem intensificado a moagem de soja em grão e, consequentemente, gerado maior excedente de farelo de soja. A oferta elevada de farelo, por sua vez, vem resultando em queda nos preços do derivado. A produção brasileira de farelo de soja foi estimada em setembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em volume recorde de 45,93 milhões de toneladas para a safra 2025/2026 e em 44,77 milhões de toneladas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Deste total, a Conab indica que 20 milhões de toneladas devem ser destinadas ao consumo nacional e 24,8 milhões de toneladas, às exportações, ambas quantidades recordes. Ainda assim, o estoque final é projetado em 6,59 milhões de toneladas, acima das 5,46 milhões de toneladas previstas para a safra 2024/2025. Setembro se encerrou com os valores médios do suíno vivo firmes e acima dos meses anteriores, sustentados pela demanda aquecida, sobretudo na primeira quinzena do mês.
Com isso, o suíno vivo posto na indústria fechou setembro às médias de R$ 9,25 por Kg na região produtora de São Paulo (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) e de R$ 8,87 por Kg na região oeste de Santa Catarina, respectivos aumentos de 5,8% e 5,1% sobre agosto. Em São Paulo, no atacado, a carcaça especial foi negociada à média de R$ 13,46 por Kg em setembro, alta de 4,8% frente a agosto. O carré se valorizou 0,7% no mês passado, a R$ 13,46 por Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.