30/Sep/2025
Após a missão chinesa no Brasil, cresce na indústria e no governo a expectativa de abertura em breve da China para a pedra de fel (cálculo da vesícula biliar de bovinos). A expectativa é a de que a autoridade sanitária chinesa dê aval à entrada do subproduto bovino brasileiro até o fim deste ano. A auditoria, conduzida pela Administração Geral de Alfândega da China (GACC), foi encerrada no dia 28 de setembro pelos inspetores do órgão. A liberação chinesa para entrada da pedra de fel (um cálculo biliar que se forma na vesícula biliar de bovinos e que é utilizado para fins terapêuticos) é aguardada pelo setor produtivo brasileiro desde maio deste ano. O produto é de interesse da indústria farmacêutica chinesa e de alto valor agregado, podendo chegar a US$ 200 mil por quilo. A previsão inicial era de que a abertura fosse anunciada na cúpula do Brics, em julho no Rio de Janeiro. Entretanto, com a ausência do presidente da China, Xi Jinping, no evento, a conclusão do protocolo bilateral foi adiada.
É uma discussão considerada concluída ou bem avançada do ponto de vista técnico. Falta a decisão política para o anúncio, que tende a ser preparado para novembro ou dezembro. É uma decisão estratégica da China. A possível autorização da China para pedra de fel proveniente do Brasil poderia ainda pavimentar as tratativas para abertura do mercado chinês à carne bovina com osso e miúdos bovinos em um segundo momento. A missão da autoridade sanitária chinesa no Brasil incluiu também uma discussão sobre o reconhecimento da China do status do Brasil de risco insignificante para Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB, doença conhecida como ‘mal da vaca louca’). O País detém o status conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) desde 2012, dado que o Brasil nunca diagnosticou a forma clássica da doença, que é a mais grave, e que os poucos casos de EEB atípica registrados são espontâneos e não representam risco à saúde pública.
O reconhecimento do status pela autoridade chinesa poderia abrir espaço para o Brasil exportar carne com osso, miúdos bovinos e colágeno para a China e até mesmo a revisão do protocolo de exportação entre os países, firmado em 2015, o qual prevê atualmente suspensão imediata das exportações brasileiras de carne bovina em caso de ocorrência do ‘mal da vaca louca’. É um tema com muitos pontos técnicos ainda a serem dirimidos e com uma série de questões à mesa. A China não reconhece nenhum outro país com esse status. Para análise do sistema sanitário brasileiro, no âmbito do controle, inspeção e rastreabilidade bovina, os inspetores chineses vistoriaram frigoríficos em Marabá (PA), em Pirapozinho (SP) e fazenda de pecuária em Presidente Prudente (SP). O Departamento de Alfândegas da China (GACC) também realizou uma visita técnica ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Recife (PE) para auditoria e avaliação da capacidade de diagnóstico do laboratório e métodos de detecção relacionados à EEB. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.