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30/Sep/2025

Leite: preço ao produtor recua com oferta elevada

O preço do leite cru seguiu em queda em agosto, como esperado pelos agentes do setor. O leite captado em agosto fechou a R$ 2,5369 por litro na “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), com quedas de 3,2% frente a julho/2025 e de 12,6% em relação a agosto/2024, em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de agosto). Trata-se do quinto mês consecutivo de recuo no valor do leite no campo, já que a oferta se mantém elevada em comparação à demanda. O ICAP-L (Índice de Captação do Leite) subiu 3,3% de julho para agosto na “Média Brasil”. No acumulado do ano, o ICAP-L cresceu 6,1%.

O aumento na produção tem se mantido de forma consistente desde o ano passado, resultado dos maiores investimentos na atividade, os quais, por sua vez, ocorrem devido às margens mais interessantes desde 2024. Apesar da queda na receita, pesquisas mostram um cenário de custos ainda controlados, com redução de 0,38% no Custo Operacional Efetivo (COE) em agosto. Naquele mês, foram necessários 25,17 litros de leite para adquirir 1 saca de 60 Kg de milho, 3,8% mais que em julho, porém, 5,5% abaixo da média dos últimos 12 meses (26,6 litros/saca).

Com o aumento da disponibilidade interna, as importações seguiram em queda em agosto. Foram importados 165,11 milhões de litros em equivalente leite, recuo de 6,73%. De janeiro a agosto de 2025, o volume de lácteos importados, em litros em equivalente leite, caiu cerca de 6,1% sobre o mesmo período de 2024. Ainda assim, somou quase 1,45 bilhão de litros em equivalente leite, patamar considerado elevado pelos agentes do setor e que reforça a pressão sobre os valores praticados no mercado doméstico.

Enquanto a disponibilidade (produção e importação) avança de forma consistente, o consumo não cresce na mesma intensidade e não consegue absorver a oferta, intensificando as quedas de preços ao longo da cadeia. Em agosto, o mercado de derivados seguiu tendência de baixa, com recuos nas cotações da muçarela e leite em pó e estabilidade nas do UHT negociados no atacado de São Paulo. O setor projeta que a desvalorização persista até o final do ano em razão do crescimento da produção, resultado tanto dos investimentos realizados até então quanto do aumento sazonal típico da primavera e do verão. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.