18/Sep/2025
Ainda que representem cerca de 30% da produção brasileira, as exportações de carne bovina têm deixado sua marca na estrutura da pecuária nacional. O exame detalhado das informações mais recentes do IBGE sobre o abate de bovinos mostra, por exemplo, que o número de bois tem diminuído, ao passo que o de novilhos e novilhas, bovinos mais jovens demandados pela China, cresce. Ao longo do primeiro semestre, esteve ao redor de 20%, superando o pico de 18% alcançado eventualmente em 2024. O abate de vacas, carne que atende o mercado doméstico, também aumentou no comparativo do segundo trimestre com o mesmo período do ano passado. Com o aumento de novilhos, novilhas e vacas, o peso médio dos bovinos totais teve leve queda no comparativo dos segundos trimestres.
Do primeiro para o segundo trimestre deste ano, o resultado é de pequeno crescimento de todas as categorias. Tradicionalmente, a produção de carne por bovino de abril a junho é maior devido à condição das pastagens e ao interesse por terminar mais rapidamente a engorda dos bovinos para serem vendidos antes do período de estiagem. Isso ocorre principalmente com as fêmeas, após o desmame. No segundo trimestre deste ano, de fato, o abate de fêmeas foi recorde para o intervalo de três meses, ultrapassando 50% do total abatido pela primeira vez na história. Foram 5,267 milhões de vacas e novilhas e 5,197 milhões de bois e novilhos, diferença de 70.218 bovinos. Em abril, mês em que foi exportado o maior volume do primeiro semestre, a participação das fêmeas chegou a 52,2% do total.
Este foi também o mês recorde de abate de novilhas, na marca de 591 mil. O maior abate da categoria de fêmeas fez com que a produtividade média do rebanho diminuísse, já que o peso médio de vaca e de novilha é inferior ao do boi gordo e do novilho. Além disso, as fêmeas estiveram ligeiramente mais leves no segundo trimestre de 2025. A produtividade da vaca foi de 215,88 Kg/animal (queda de 1,22% entre os períodos) e a da novilha, 209,28 Kg/animal, recuo de 0,47%. A produtividade do boi caiu 0,37% (295,61 Kg/animal) e a do novilho aumentou 1,45% (264,64 Kg/animal). É valido analisar o comportamento também em alguns Estados. Em Mato Grosso, maior produtor, o total abatido no segundo trimestre foi 4,7% menor que em igual período de 2024. Houve redução entre 10% e 13% do total de bois, de vacas e de novilhos.
Somente a categoria novilha é que aumentou, em 12%. A produtividade, em geral, se manteve estável, mesmo com as fêmeas representando entre 53% e 56,7% do abate total do Estado. Já em São Paulo, o total abatido cresceu 12,8%, com aumento de 38,6% das vacas e de 18,8% das novilhas. A produtividade das diferentes categorias se manteve estável no Estado, mas a média geral baixou 2,2% refletindo a maior participação das fêmeas. Mesmo assim, as fêmeas no trimestre representaram entre 35,4% e 41,6% dos abates paulistas. Ainda na comparação do segundo trimestre com igual período de 2024, o número de cabeças abatidas aumentou 0,7% em Goiás, 8,2% no Paraná, 14,6%, no Rio Grande do Sul, 10% no Pará, 7,8% em Tocantins e 3,8% em Rondônia. Já em Mato Grosso do Sul, diminuiu 0,5% e, em Minas, 5,3%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.