18/Sep/2025
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que a indústria brasileira de carne bovina caminha para mais um ano histórico nas exportações. As projeções indicam que o setor pode registrar avanços expressivos até o fim do ano, tanto nos volumes exportados quanto na receita cambial. A previsão é de crescimento entre 12% e 14% no volume de exportações e até 16% em receita. Sobre as barreiras enfrentadas pelo setor, especialmente pelo tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos (76,4%), ainda há exportações para o mercado norte-americano, o que mostra a competitividade da carne brasileira. O País continua em busca da abertura de novos destinos estratégicos. O Brasil está presente nos maiores mercados do mundo, mas ainda faltam três: Japão, Coreia do Sul e Turquia. Recentemente, houve a abertura do mercado da Indonésia. A Abiec continua com foco na abertura do mercado do Japão para a carne bovina do Brasil. Isso ainda possa ocorrer nos próximos meses de 2025.
Foi construído um contexto favorável para que o mercado seja aberto, e o governo tem trabalhado muito nisso. Já a Turquia ainda apresenta entraves técnicos. O país quer testagem bovino por bovino, o que é inviável técnica e operacionalmente. Com o novo status sanitário do Brasil, não faz sentido. É preciso negociar para que reconheçam a competência da fiscalização sanitária brasileira. No caso da Coreia do Sul, é preciso maior articulação do governo brasileiro. Falta um ‘empurrão diplomático’ do governo para acelerar o processo. A conquista do status de país livre de febre aftosa sem vacinação abre novas oportunidades comerciais. Abre espaço para incrementar muito as exportações de miúdos e de cortes com osso, que são altamente lucrativos e representam aumento significativo de renda. Depois de conquistar esses mercados, o próximo estágio é justamente ampliar esse espaço para os miúdos. Foi ressaltado que, apesar da queda no volume, o Brasil continua exportando carne bovina para os Estados Unidos. Antes eram cerca de 30 mil toneladas mensais; hoje gira em torno de 7 a 9 mil toneladas mensais.
O volume caiu drasticamente, mas o Brasil ainda envia alguns cortes de maior valor agregado e carne processada aos Estados Unidos, como o jerked beef, inclusive por contratos de fornecimento com o governo norte-americano. A carne brasileira mantém forte competitividade no mercado externo, o que ajuda na realocação em outros mercados do que se vendia aos Estados Unidos É importante destacar que a carne brasileira tem grande liquidez, principalmente porque é mais magra que a de países de clima temperado. Isso a torna essencial para blends usados em produtos processados, como hambúrgueres, almôndegas e lasanhas. Essas características são um diferencial que sustenta a procura internacional pela carne bovina do Brasil. Essa complementaridade faz com que a carne brasileira seja tão demandada. Porém, seria importante o Brasil chegar a um acordo com o governo norte-americano para retomar o fluxo comercial normal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.