ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Sep/2025

Frango: diálogo global FAO sobre Influenza Aviária

Entre os dias 9 e 11 de setembro de 2025, o Brasil sediou, em Foz do Iguaçu (PR), o Fórum Internacional sobre Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO Américas), em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O encontro reuniu cerca de 500 especialistas, gestores públicos, acadêmicos, representantes do setor privado e organizações internacionais para discutir estratégias coordenadas de prevenção e controle da doença, que representa uma ameaça crescente à saúde animal, à saúde pública e à sustentabilidade da produção agropecuária. Conhecida popularmente como gripe aviária, a IAAP é altamente contagiosa e afeta principalmente aves, mas já foi detectada em 83 espécies de mamíferos, incluindo bovinos leiteiros e animais silvestres. Desde 2020, a IAAP tem se espalhado por diversos continentes, dizimando plantéis, afetando a biodiversidade, o comércio internacional e a segurança alimentar, além de acender um alerta global sobre o risco de uma nova pandemia humana.

A Influenza Aviária deixou de ser uma ameaça esporádica e se tornou um desafio global. Nenhum país ou setor conseguirá enfrentar esse desafio de forma isolada, e o fracasso não é uma opção. A colaboração prática, baseada na ciência, é essencial para proteger nossos sistemas agroalimentares, os meios de subsistência e a saúde pública. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ressaltou a relevância da resposta integrada. Enfrentar a Influenza Aviária exige esforço coletivo entre países, setor produtivo, comunidade científica e organismos internacionais. Este desafio deve ser tratado com total transparência, só assim será possível construir confiança e garantir a segurança alimentar global. Quando a Influenza Aviária foi detectada em uma granja comercial neste ano, o Brasil mostrou uma diferença decisiva. A resposta rápida e eficaz reforçou a credibilidade e a robustez do sistema sanitário nacional.

Pela primeira vez, representantes do setor privado, incluindo associações de produtores de aves e prestadores de serviços de saúde animal, participaram diretamente de um diálogo global ao lado de lideranças científicas e governamentais. Foi destacada a política de transparência iniciada em 2023 e o investimento contínuo em equipes e laboratórios e a necessidade de melhorar a regionalização e discutir a vacinação com base em ciência. Foi evidenciada a importância de uma comunicação clara e objetiva com mercados e organismos internacionais. Após o foco registrado no Rio Grande do Sul, o Brasil conseguiu manter as exportações em patamar elevado e retomar mercados em poucas semanas, reforçando a credibilidade do país no comércio global. Também foi anunciado o credenciamento, pela FAO, do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em São Paulo (LFDA/SP) como centro de referência para Influenza Aviária e Doença de Newcastle.

O laboratório já detém o status de centro de referência também junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), reforçando sua posição na rede internacional de laboratórios. Com os títulos de referência da FAO e da OMSA, o LFDA/SP assume papel estratégico na harmonização de diagnósticos, no desenvolvimento de metodologias, na capacitação de especialistas e no fortalecimento da vigilância global, reafirmando o Brasil como líder mundial em saúde animal e parceiro ativo na segurança alimentar internacional. O diálogo global se baseou na Estratégia Global 2024-2033 de Prevenção e Controle da IAAP, lançada pela FAO em parceria com a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), no âmbito do GF-TADs. A iniciativa busca apoiar a criação e implementação de planos nacionais e regionais, fortalecendo a cooperação internacional e a capacidade de resposta a riscos transfronteiriços e pandêmicos. Os debates foram organizados em quatro eixos principais:

- Identificação de estratégias eficazes de prevenção e controle, com atenção a países de baixa renda e sistemas avícolas informais;

- Promoção de sistemas de alerta precoce, estratégias de vacinação e medidas de biosseguridade;

- Fortalecimento da coordenação multissetorial, com base na abordagem “Uma Só Saúde (One Health)”;

- Compartilhamento de soluções inovadoras e práticas para diagnóstico, vigilância e resposta a surtos.

Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.