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12/Sep/2025

Suíno: China impõe tarifas sobre carne suína da UE

A China impôs tarifas antidumping de até 62,4% sobre as importações de produtos suínos da União Europeia, aprofundando as tensões comerciais entre as duas potências. As tarifas provisórias, que entraram em vigor na quarta-feira (10/09), têm como alvo mais de US$ 2 bilhões em exportações anuais da União Europeia, ameaçando corroer as margens de lucro em todo o setor. A China é o maior mercado para a carne suína da União Europeia, respondendo por um quarto das exportações. As remessas para o país asiático, que haviam aumentado 4% no primeiro semestre de 2025, agora enfrentam um revés significativo. Produtos de miudezas, como orelhas, narizes e pés de suíno, representam mais da metade dessas exportações e têm pouca demanda em outros mercados, deixando os produtores europeus com poucas alternativas.

Segundo o grupo francês Inaporc, os exportadores continuarão a vender, mas com valor reduzido. As taxas, somadas à valorização do euro, podem pressionar os exportadores e os preços ao produtor, potencialmente desacelerando a produção de suínos na Europa, que estava em recuperação. A investigação preliminar do Ministério do Comércio da China encontrou evidências de dumping que prejudicaram a indústria nacional. As tarifas variam de 15,6% a 32,7% para empresas que colaboraram com a investigação, e atingem a alíquota total de 62,4% para as demais. A investigação deve ser concluída em dezembro, mas as chances de uma solução negociada parecem cada vez menores. O Rabobank acredita que a decisão resultará em uma pressão descendente sobre os preços dos suínos na União Europeia. Mercados alternativos para as miudezas, como rações para animais de estimação, oferecem margens limitadas, e o desvio de carne não proveniente de miudezas pode intensificar a competição de preços em outros mercados.

A Espanha é o país da União Europeia mais exposto, respondendo por quase metade das exportações de carne suína para a China, seguida pela Holanda, Dinamarca e França. Produtores temem perder participação de mercado, como aconteceu com os exportadores norte-americanos no início do ano. O Brasil, um fornecedor de baixo custo, busca aprovação para exportar miudezas para a China e pode se beneficiar do revés da União Europeia. A China, embora ainda dependente de importações, principalmente de miúdos, tem visto um aumento na oferta doméstica e está usando as tarifas para desacelerar as importações da Europa. A China tem muitos suínos e a demanda não está aquecida. Portanto, também é uma oportunidade para desacelerar as importações da Europa. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.