11/Sep/2025
A JBS avaliou que o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre a carne bovina brasileira é limitado diante do cenário de forte demanda mundial por proteínas. Globalmente, há um aumento grande do consumo de proteína. Esse crescimento é sustentado por fatores estruturais. O aumento do consumo vem pelo crescimento do número de consumidores, por uma tendência de mudança de dieta, em que as pessoas descobriram que comer mais proteína é mais saudável, e pelo uso dos medicamentos GLP-1, em que a pessoa perde massa muscular e precisa repor com proteína. Nesse contexto, eventuais barreiras comerciais acabam sendo compensadas pela dinâmica global.
O Brasil exporta para 190 países. Se deixa de exportar para os Estados Unidos, alguém vai cobrir o que o Brasil deixou de exportar lá, ou os próprios Estados Unidos vão exportar menos. No final das contas, apenas troca de mercado com outro. No entanto, que pode haver impactos pontuais, pois um mercado valoriza mais um produto que outro. Para a JBS globalmente, é imaterial. Para a Friboi no Brasil, não é substancial, mas algumas fábricas mais dedicadas ao mercado norte-americano podem sentir maior efeito. De acordo com os dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o volume embarcado pelo País aos Estados Unidos em agosto caiu 51,1% na comparação com igual mês de 2024, totalizando 9.382 toneladas.
Apesar disso, as exportações totais cresceram, tanto em volume quanto em receita. O País embarcou 299.449 toneladas, alta de 20,7% sobre as 248.033 toneladas registradas no igual mês de 2024. A receita alcançou US$ 1,60 bilhão, aumento de 49,8% em relação ao ano anterior. Sobre a alta nos preços médios pagos pela carne bovina, o movimento está diretamente ligado ao desequilíbrio entre oferta e demanda. H mais demanda do que oferta. O que existe é um consumo maior de proteína em um cenário em que a oferta global não cresce de forma significativa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.