10/Sep/2025
O Itaú BBA avalia que o cenário para os próximos meses deve continuar favorável ao confinamento e à sustentação dos preços do boi gordo, sobretudo em Mato Grosso, impulsionado pela demanda chinesa. Os preços futuros atrativos e margens positivas da engorda intensiva justificam a proteção, via hedge, apesar da possível evolução dos preços no mercado físico até dezembro. A combinação de milho barato em relação à arroba e o diferencial pequeno entre os preços em Mato Grosso e São Paulo reforçam a atratividade para o confinador. O estímulo ao confinamento para entregas no último trimestre é grande, sobretudo em Mato Grosso, principal Estado confinador, e que neste ano tem apresentado uma arroba pouco descontada frente a São Paulo, o que significa um bom resultado ao produtor. A curva futura aponta cotações de R$ 320,00 por arroba em outubro a R$ 332,00 por arroba em dezembro de 2025.
No entanto, o Itaú BBA recomenda cautela. Como não é certo este fechamento do gap entre o físico e o dezembro, a recomendação é de proteção das boiadas programadas para serem abatidas vindas dos confinamentos, dado que as margens projetadas considerando os preços futuros estão bem atrativas. A manutenção desse cenário dependerá do apetite chinês. Este cenário de curto prazo é altamente dependente da manutenção do apetite chinês, que tem se mostrado vigoroso. No mercado doméstico, há sinais de moderação da atividade econômica e maior competitividade do frango frente à carne bovina. Em agosto, o boi gordo reagiu após as pressões de julho. O preço médio do boi gordo em São Paulo fechou o mês passado a R$ 306,80 por arroba, alta de 2,3% sobre julho e de 30,5% na comparação anual.
Neste início de setembro, o boi gordo é negociado a R$ 312,00 por arroba. A carcaça casada subiu de forma proporcional, mantendo estável o spread da indústria em 5,6%. As exportações também seguiram firmes, mesmo com a redução das vendas para os Estados Unidos após a imposição de tarifas. Foi mais um mês forte, impulsionado principalmente pela China, que segue firme nas compras. O Brasil embarcou 268,6 mil toneladas de carne bovina in natura em agosto, 23,5% acima do mesmo mês de 2024. Em Mato Grosso, principal estado produtor, os abates somaram 660,7 mil cabeças em agosto, 4% acima do registrado um ano antes, considerando os dias úteis. O percentual de fêmeas na composição foi de 46%, ante 42% em agosto de 2024, o que indica robustez da oferta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.