10/Sep/2025
Segundo o Rabobank, os preços globais do boi gordo seguem em trajetória de alta, impulsionados pela queda da produção e pela maior demanda de países do Hemisfério Norte. Os preços do gado continuaram a subir ao longo do segundo trimestre. A menor oferta no mercado norte-americano e uma leve melhora no mercado chinês têm ampliado a procura por carne bovina do Hemisfério Sul, com reflexos diretos sobre os preços do gado na região. Fenômeno semelhante ocorreu em 2014 e 2015, quando a valorização dos bovinos nos Estados Unidos impulsionou os preços na Nova Zelândia, Austrália e América do Sul. A produção mundial de carne bovina também reforça o cenário de alta. No primeiro semestre, houve queda de 1% na comparação anual, puxada por reduções na Europa (-5%), Nova Zelândia (-17%) e Estados Unidos (-5%).
Em contrapartida, Austrália (+11%) e China (+7%) registraram crescimento no segundo trimestre. Para 2025, a projeção é de uma contração global de 2%. Chama atenção os efeitos do novo pacote tarifário dos Estados Unidos sobre a carne bovina brasileira. O Brasil havia embarcado volume recorde de 336 mil toneladas para os Estados Unidos no primeiro semestre, mas agora a expectativa é de impacto relevante no comércio bilateral. A dúvida é se parte das importações realizadas no início do ano será utilizada ao longo dos próximos meses ou se o mercado norte-americano enfrentará escassez, o que poderia abrir espaço para outros exportadores. Ao mesmo tempo, o recuo dos embarques levanta questões sobre os efeitos no mercado doméstico brasileiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.