04/Sep/2025

A expansão dos confinamentos em Mato Grosso, com alta profissionalização, faz o Estado se destacar frente aos demais. Os lotes padronizados e qualificados para exportação elevaram o preço médio em Mato Grosso, reduzindo significativamente o diferencial em relação ao mercado de São Paulo na época de chuvas. Ao mesmo tempo, a grande oferta e a intensidade da comercialização via contrato têm dificultado, nos últimos meses de seca, reações de preços semelhantes às verificadas em outros Estados produtores. Em Mato Grosso, o rebanho confinado ao longo deste ano é estimado 1,7 milhão de cabeças, que representa aumento de 400 mil bovinos de 2024 para cá, segundo dados do Censo do Confinamento realizado pela DSM-Firmenich. O volume confinado no Estado é cerca de 30% superior ao de São Paulo (1,3 milhão), que é o segundo maior confinador, e 41% acima do de Goiás (1,2 milhão), na terceira posição.

Em outubro/novembro do ano passado, houve um reposicionamento de preços em toda a pecuária, com destaque para Mato Grosso. Enquanto a média de outubro superou em cerca de 15% a de setembro nos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais (Triângulo Mineiro), em Mato Grosso, o salto foi de 22%. Desde então, preços em Mato Grosso se aproximam significativamente dos de São Paulo. Em julho, a diferença esteve em apenas 1,3%, face aos 10,8% em julho/2024 e 16,4% em julho/2023. Em agosto, porém, subiu para 3,8%, em oposição à queda do diferencial vista noutros importantes produtores. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o diferencial de agosto foi de apenas 0,5%. Com levantamentos diários em seis regiões de Mato Grossa, constata-se que a oferta e a demanda por bovinos no mercado spot no Estado (considerado para a formação de preços médios) são bastante influenciadas pelo perfil de comercialização predominante entre frigoríficos e confinadores de grande porte.

Em síntese, a oferta é alta em Mato Grosso, comparativamente a outros Estados, e negociada amplamente em contratos, o que favorece garantia de venda aos pecuaristas que têm grande volume a ser escoado e de escala para frigoríficos com grandes compromissos de exportação. Como resultado, a procura de compradores no mercado de balcão é aliviada, e os preços reagem com menos intensidade que outros Estados. Ao longo de julho, as seis regiões pesquisadas em Mato Grosso registraram quedas mais intensas que outras regiões, por volta de 7%. Em agosto, a recuperação esteve ao redor de 4%, abaixo dos 5% a 7% vistos em várias outras regiões. Se a observação for feita a partir das médias mensais e por Estado, de julho para agosto, Mato Grosso teve leve queda, ao passo que São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais (Triângulo Mineiro) tiveram recuperação por volta de 3%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.