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02/Sep/2025

Boi: avaliação sobre a Minerva-Marfrig no Uruguai

O Santander apontou que a expiração do prazo do contrato para a venda de três unidades da Marfrig no Uruguai à Minerva pode ser considerada um desfecho favorável para as duas empresas. A não conclusão da transação reduz riscos regulatórios e dá maior flexibilidade financeira à Minerva, além de abrir espaço para potenciais dividendos extraordinários. A Minerva evita riscos antitruste, preserva flexibilidade de balanço e mantém espaço para potenciais dividendos. Para a Marfrig, a permanência no mercado uruguaio garante exposição a um ciclo de gado mais favorável e à possibilidade de ganhos com as tarifas impostas pelos Estados Unidos à carne bovina brasileira. A Marfrig retém exposição ao Uruguai, onde o ciclo pecuário favorável e o potencial aumento das tarifas dos Estados Unidos sobre a carne bovina brasileira podem sustentar resultados.

A proposta revisada apresentada em fevereiro pela Minerva, que previa a aquisição de três plantas, com uma delas sendo imediatamente revendida ao grupo Allana, ainda mantinha elevados riscos de reprovação. Mesmo após os ajustes, o risco de aprovação permanecia elevado, já que a Minerva ainda controlaria mais de 30% do mercado. No cenário mais amplo, o banco vê o Uruguai bem-posicionado para atender à demanda crescente dos Estados Unidos, especialmente diante das tarifas contra a carne brasileira. O Uruguai está competitivamente colocado para atender à demanda de carne bovina dos Estados Unidos, com acesso a cotas mais favoráveis que Brasil e Paraguai. Apesar de enxergar benefícios para as duas companhias, o Santander reforça preferência pela Minerva no médio prazo. que se beneficiará por mais tempo do ciclo pecuário brasileiro enquanto segue desalavancando.

Para o BTG, o impasse entre Marfrig e Minerva sobre os ativos no Uruguai deve ter impacto reduzido para as companhias. As implicações para ambas as empresas, avance ou não o negócio, provavelmente são menos significativas hoje do que pareciam no início. O contexto das duas empresas mudou desde o anúncio da transação. A Marfrig agora está em processo de fusão com a BRF, de forma que reduzir alavancagem via venda de ativos é muito menos relevante do que era inicialmente. A Minerva fortaleceu seu balanço com aumento de capital e vem entregando consistentemente resultados com os ativos já integrados. A Marfrig anunciou na sexta-feira (29/08) o cancelamento da venda de suas unidades no Uruguai para a Minerva, alegando o fim do prazo de 24 meses para o cumprimento de condições contratuais.

A Minerva discorda dessa interpretação e afirmou que o contrato de compra das unidades ainda está em vigor e que a transação está sujeita à aprovação da autoridade antitruste do Uruguai. A análise lembra que o contrato nunca foi divulgado em detalhes, o que dificulta prever os próximos passos. No acordo firmado em 2023, a Minerva se comprometeu a adquirir 16 plantas da Marfrig por R$ 7,5 bilhões, sendo que os três ativos uruguaios foram avaliados em R$ 675 milhões, cerca de 9% do total. Com base em estimativas médias de ambas as companhias, esses ativos poderiam gerar aproximadamente R$ 100 milhões em Ebitda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.