01/Sep/2025
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que apreendeu 7.061 bovinos criados em áreas embargadas por desmatamento ilegal na Amazônia. A apreensão foi realizada nos municípios de São Félix do Xingu, Pacajá e Rondon, todos no Pará. A ação foi deflagrada na sexta-feira (29/08) no âmbito da Operação Carne Fria 3, que tem o foco no combate ao desmatamento associado às cadeias produtivas na Amazônia. O instituto também aplicou multa de R$ 49 milhões aos envolvidos nos atos ilícitos. O Ibama informou que foram identificados mais de 2,1 mil hectares de floresta suprimida ilegalmente.
Essas áreas deveriam estar em recuperação, mas eram usados para pecuária. Produzir, vender ou comprar gado dessas áreas embargadas é crime ambiental e os responsáveis são autuados. Os bovinos apreendidos são avaliados em R$ 30 milhões. Anteriormente à apreensão, os proprietários foram notificados a retirar o rebanho das áreas embargadas em 30 dias. De acordo com o Ibama, 20 propriedades rurais em São Félix do Xingu, Pacajá e Rondon foram inspecionadas. Ao todo, o Ibama aplicou R$ 22 milhões em multas por descumprimento de embargo e impedimento da regeneração da vegetação. Além disso, autuou frigoríficos na região. Dezesseis foram inspecionados e seis autuados em R$ 4 milhões pela compra direta de 8.172 cabeças de gado de áreas embargadas.
Outros 12 frigoríficos foram notificados e estão sob investigação por aquisição de gado suspeito, triangulado com fazendas 'limpas' para disfarçar a origem ilegal. A lista dos frigoríficos envolvidos na operação ainda não foi divulgada. A operação revelou indícios de "lavagem de gado", ou seja, bovinos de áreas ilegais eram transferidos para propriedades sem embargo para receber novas Guias de Trânsito Animal (GTAs), criando uma aparência de legalidade antes de serem repassados a frigoríficos exportadores. Além das penalidades aplicadas, as irregularidades foram encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF) para responsabilização civil e criminal dos envolvidos. As investigações da operação iniciaram em março deste ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.