27/Aug/2025
O Centro da Indústria Láctea (CIL) da Argentina destacou a recuperação produtiva após dois anos de quedas. Em 2025, a Argentina terá uma produção recorde de leite depois de dois anos consecutivos de queda, como consequência de diversos fatores, como por exemplo o clima, políticas de impactos negativos, tipos de câmbio diferenciais e controles de preços que fizeram com que a produção caísse. Em 2025, a Argentina não somente vai recuperar o que caiu em 2024, mas também estará em níveis de produção de leite superiores aos de 2023. Sobre o consumo, embora fique acima de 2024, o incremento cobre apenas em parte a queda do ano passado, como consequência das situações que ocorreram no país, mas ainda assim já se observa uma recuperação.
Um dos fatores que impulsionaram a recuperação é o impacto de decisões oficiais: a eliminação das retenções para as exportações, de aproximadamente 25% do que se produz é exportado. Embora já houvesse uma eliminação temporária na gestão anterior, o governo atual eliminou definitivamente as retenções e não está intervindo no mercado, porque essas intervenções sempre são elementos distorcivos no funcionamento dos mercados. Também a influência dos preços internacionais dos grãos. Para produzir leite é preciso basicamente de milho e soja, não apenas como alimento, mas também como referência de preço nos arrendamentos de terras. Essa relação está muito favorável, acima dos níveis históricos, e isso também ajudou o crescimento da produção primária.
Com esse cenário, este ano o setor vai alcançar 11,5 bilhões de litros de produção. A produção no Brasil cresceu, mas ainda assim não é suficiente para abastecer seu mercado doméstico, e isso faz do Brasil o principal destino das exportações argentinas. O Brasil, por meio da aplicação de tecnologia e de políticas alinhadas ao setor, hoje produz aproximadamente quase o triplo do que a Argentina produz em leite. Mas, são 200 milhões de habitantes, o que não é suficiente para cobrir esse nível de consumo. A média por litro de leite na Argentina está em 471 ou 472 pesos (US$ 0,36 ou US$ 0,38) por litro. O setor precisa de uma agenda de temas que promovam a competitividade, e essa agenda deve ter uma visão sistêmica. A competitividade de qualquer atividade depende de uma série de fatores, alguns externos e outros internos. Fonte: Revista Chacra. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.