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21/Aug/2025

Boi: mudança na produção alinhada com exportação

Dados preliminares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram recorde de bovinos abatidos e de carne produzida no segundo trimestre deste ano. Ao mesmo tempo, considerando-se o balanço do primeiro semestre de 2025, os dados reforçam a tendência de diminuição do peso médio pelo terceiro ano seguido. Essa aparente queda da produtividade por bovino no semestre tende a ser reflexo da mudança do perfil dos bovinos abatidos. Para atender a demanda chinesa por novilhos e novilhas jovens, com cerca de dois anos, o abate de bovinos mais leves tem aumentado, mesmo com terminação em confinamento ou semiconfinamento. Além disso, o abate de vacas, que representam carne “mais barata” para o mercado interno, também tem sido intenso. A participação dessas categorias tem crescido no total abatido e acaba, portanto, puxando para baixo a média geral do peso do bovino. Nos primeiros semestres de 2021 e de 2022, o peso médio dos bovinos abatidos sob inspeções federal, estadual e municipal (produção formal) foi de 263,70 quilos (17,6 arrobas).

Na primeira metade de 2023, o peso médio caiu para 259,30 quilos, com leve redução também em 2024 e, no começo de 2025, esteve em 252,70 quilos (16,85 arrobas). Especificamente no segundo trimestre de 2025, o peso médio foi 263,48 quilos (17,56 arrobas). O número total de bovinos abatidos e a produção nacional de carne evoluem em ritmo crescente há quatro anos seguidos. No primeiro semestre deste ano, o abate formal somou 20,11 milhões de cabeças, 4,75% (ou 910 mil bovinos) a mais que na primeira metade do ano passado. A produção formal de carne atingiu 5,08 milhões de toneladas (peso carcaças), aumento de 2,46% (ou de 122 mil toneladas). Adicionalmente aos abates sob inspeção oficial, há os abates informais e para autoconsumo. Em estudo aprofundado, foi estimado que de 5% a 8% da produção de carne bovina no Brasil está nessas categorias e, dessa forma, a produção total de carne no primeiro semestre pode ter sido de 5,3 a 5,5 milhões de toneladas.

O aumento da produção, no entanto, não tem acompanhado o avanço das exportações. No primeiro semestre deste ano, o volume exportado (in natura e processada) superou em 164,1 mil toneladas os embarques do mesmo período de 2024, ao passo que a produção formal foi ampliada em apenas 122 mil toneladas. Nesse contexto, a participação das vendas externas no escoamento da produção formal passou de 25,1% no primeiro semestre do ano passado para 28,7% neste ano. O aumento ocorre também do primeiro para o segundo trimestre de 2025: de 27,4% para 29,9%, o que representa a maior participação do setor externo na história. Como resultado da menor disponibilidade interna, os preços do boi gordo e da carne se moveram para um novo patamar do ano passado para cá. Os preços médios do boi gordo em São Paulo e da carne bovina (carcaça casada de boi no atacado de São Paulo) estão cerca de 35% superior aos registrados há um ano, em termos reais. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.