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14/Aug/2025

Suíno: preços globais em alta com boa demanda

Segundo o Rabobank, o mercado global de carne suína iniciou o segundo semestre de 2025 sustentado por preços historicamente elevados. A combinação de custos de produção mais baixos, especialmente da ração, e a forte demanda externa têm mantido a competitividade da proteína, apesar de incertezas comerciais e surtos de doenças. Os preços da carne suína superaram outras proteínas no segundo trimestre, impulsionados por oferta apertada nos Estados Unidos, México, Japão, Vietnã e Filipinas. O Rabobank projeta uma suavização gradual dos preços até o fim de 2025, mas ainda acima dos níveis de 2024, garantindo margens favoráveis para produtores. A demanda do consumidor deve permanecer estável, com a carne suína se beneficiando de valores recordes da carne bovina, embora a queda nos preços do frango aumente a concorrência.

Entre os desafios globais, as incógnitas comerciais, como as negociações Estados Unidos-China, que mantêm a volatilidade, além do impacto contínuo de doenças e dos custos logísticos e de insumos. Apesar da queda nos preços do milho na Bolsa de Chicago e de uma boa safra no Brasil, fertilizantes e riscos geopolíticos, como tensões no Estreito de Hormuz, seguem no radar da indústria. Regionalmente, o panorama é diverso. Nos Estados Unidos, o suprimento de suínos permanece apertado, com o preço do suíno vivo tendo subido 23% na comparação anual e o da carcaça, +19%. As exportações de maio caíram 11% em volume, puxadas por retração de 88% para a China, enquanto o México registrou avanço de 7%. Na Europa, a produção da UE+Reino Unido cresceu 3% até março de 2025, apesar da redução de 3,4% no plantel de matrizes em 2024.

Na China, o preço do suíno vivo caiu 20% na comparação anual, mas margens permanecem positivas para grandes produtores após redução nos custos. O país também pretende reduzir o rebanho de matrizes em 1 milhão de cabeças para evitar excesso de oferta. O Brasil registrou produção recorde no primeiro trimestre de 2025, com alta de 2,1% na comparação anual, enquanto as exportações avançaram 18% no período. Além disso, atingiram, em junho, o maior volume mensal da história. Os preços do suíno vivo se mantêm firmes, sustentados por oferta limitada e forte demanda externa. Custos de ração em queda ampliam a competitividade brasileira no mercado global.

Japão e Sudeste Asiático também registram dinâmica favorável para exportadores: o Japão mantém alta demanda por importados, as Filipinas têm preços locais elevados que estimulam importações, e o Vietnã apresenta leve recuperação da oferta interna. A trajetória do mercado global até o fim do ano dependerá da sanidade animal, das políticas comerciais entre grandes players e do desempenho econômico das principais regiões importadoras. Para o Brasil, o cenário de custos em queda e exportações recordes reforça a posição competitiva, enquanto nos Estados Unidos e Europa o desafio será equilibrar margens diante de plantéis contidos e demanda externa mais fraca. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.