13/Aug/2025
Com metade das receitas oriundas de seus negócios nos Estados Unidos, a JBS vem ampliando os desembolsos com lobby naquele país nos últimos anos. Em 2025, o valor gasto no primeiro semestre pelo grupo brasileiro com serviços especializados em influenciar esferas públicas americanas praticamente dobrou em relação ao mesmo período do ano passado: passou de US$ 806 mil para US$ 1,54 milhão. O avanço se deu num momento de intensas mudanças promovidas pela administração do presidente Donald Trump, especialmente em áreas como imigração e comércio. O reforço da JBS neste ano se deu principalmente no tema de imigração, em linha com o aumento de gastos com lobby de todo setor agrícola norte-americano, para defender o afrouxamento das novas regras para estrangeiros.
Cerca de 40% da mão de obra no agronegócio é composta de trabalhadores de fora do país sem documentação legal, segundo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A JBS emprega hoje quase 80 mil pessoas em diferentes áreas de negócios nos Estados Unidos e Canadá. O grupo busca apoio externo para lobby desde 2007 e atualmente tem contratos com três empresas especializadas, além dos serviços próprios. Ao todo, 14 profissionais estão associados ao trabalho, em temas que vão desde comércio internacional até inspeção sanitária e desmatamento. Os dados constam de relatórios com declarações de boa-fé das empresas de lobby entregues à Secretaria de Registros Públicos do Senado, e foram compilados pela ONG Open Secrets.
Não é possível traçar paralelos com o Brasil porque no País não há levantamento semelhante. As informações também não incluem outras iniciativas da JBS na frente política. Uma doação de US$ 5 milhões feita pela Pilgrim's Pride, empresa adquirida pela JBS no país, para a posse do presidente do presidente Donald Trump virou alvo de críticas de políticos da oposição. O valor superou contribuições feitas por empresas como Apple e Google. Somente na divisão de carnes, a JBS tem 10 plantas de processamento bovino espalhadas pelos Estados Unidos. Neste ano, o grupo, com receitas totais de R$ 114 bilhões no primeiro trimestre, aprofundou os laços com o país, ao conseguir finalizar a listagem na Bolsa de Nova York, um movimento que ampliou a fatia de estrangeiros entre os investidores da empresa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.