12/Aug/2025
Nos últimos cinco anos, a Turquia foi um dos principais destinos da exportação brasileira de gado vivo, impulsionada pela competitividade dos preços do Brasil em relação a outros possíveis fornecedores, como a União Europeia. No primeiro semestre de 2025, foram exportadas 487,6 mil cabeças. No entanto, em junho deste ano, a Turquia nada importou. Das 487,6 mil cabeças embarcadas no semestre, a participação da Turquia foi de 29,2%. Sua ausência nas compras em junho afetou a participação do Rio Grande do Sul, maior exportador para a Turquia e, até maio, o segundo maior exportador do País, que não figurou entre os Estados exportadores no mês de julho.
Os Estados que exportaram em junho foram: Pará (58,3 mil cabeças); São Paulo (6 mil cabeças); Paraná (3,1 mil cabeças); Bahia: (405 cabeças); Mato Grosso do Sul (9 cabeças); e Não declarado (8 mil cabeças). Não declarado: refere-se a situações em que o local de origem dos embarques não foi oficialmente informado ou registrado. Sem a Turquia, o volume exportado diminuiu frente a maio, derrubando o faturamento. O faturamento em junho foi o segundo menor do ano, superando apenas o de abril. Um ponto de destaque é que, embora os embarques em fevereiro tenham sido menores que os de junho, o faturamento foi maior.
Isso se deve a fatores como a cotação do dólar mais baixa em junho, bovinos mais leves embarcados e o menor preço pago por quilo. Apesar da queda nos embarques, o desempenho do primeiro semestre mostra a firmeza da exportação de gado vivo. Para comparação, na primeira metade de 2024 foram embarcadas 331,4 mil cabeças, volume 47,1% menor que no mesmo período deste ano. O maior comprador foi o Iraque, e um dos possíveis motivos é a sua demanda para produção interna de carne e para o repasse para países vizinhos, como a própria Turquia, por exemplo. Caso o desempenho atual seja mantido, existe possibilidade de alcançar ou mesmo superar o resultado de 2024, que foi de 1 milhão de cabeças embarcadas. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.