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07/Aug/2025

Boi: Brasil bate novo recorde de exportação em julho

No dia em que entrou em vigor a nova tarifa dos Estados Unidos para a importação de carne bovina brasileira (06/08), de 50%, o mercado nacional recebe dados oficiais confirmando novo recorde de exportação. Em julho, foram exportadas 310,2 mil toneladas, 15,3% a mais que em junho e 4% acima do então recorde alcançado em outubro do ano passado, de 298,24 mil toneladas (in natura e processada). A receita também atingiu máxima histórica, na marca de R$ 9,2 bilhões, o que representa 16,4% acima do recorde recém-batido em junho. Para os Estados Unidos, o volume exportado foi praticamente o mesmo de junho, 18.235 toneladas (aumento mensal de 2 toneladas), mas sua participação no total das vendas brasileiras baixou de 6,8% em junho para 5,9% em julho. A China aumentou sua participação de 50% para 51,1% do total, elevando em 14,8% (ou 23.952 toneladas) o volume de um mês para outro.

Vários outros destinos também ampliaram suas compras. Os resultados de julho mostram que, em resposta à imposição da tarifa norte-americana, as indústrias exportadoras nacionais se movimentaram e obtiveram êxito em seus esforços para intensificar as vendas a outros destinos, além do que algumas devem realocar a relação comercial com os Estados Unidos para unidades que detêm em outros países não impactados por tamanha tarifa. Operacionalmente, da saída no Brasil à chegada da carne em área alfandegária dos Estados Unidos transcorrem cerca de 20 dias. Isso significa que os negócios ao longo de julho já tinham em conta a nova tarifa. O excelente resultado de julho vem após o desempenho também robusto de junho, na marca de 269 mil toneladas.

A sequência de resultados expressivos das exportações impacta toda a pecuária nacional, do preço dos insumos, aos preços dos bovinos para abate, de reposição e da carne no mercado doméstico. Na terça-feira (05/08), foi noticiado avanços na negociação de abertura do Japão à carne bovina. Ainda que esteja, no momento, sendo discutida a importação apenas dos três Estados da Região Sul, a notícia embute um endosso desse exigente mercado ao Brasil. Ao se analisar a movimentação internacional do comércio de carne, é preciso levar em consideração também os altos preços, atuais, da carne australiana e dos Estados Unidos. Em outras palavras, há demanda pela competitiva carne brasileira, num momento em que o País justamente busca novos mercados, e os números consolidados confirmam essa confluência de interesses. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.