05/Aug/2025
O mercado lácteo atual exige não apenas quantidade, mas sobretudo qualidade do leite, medido por critérios como teor de gordura, proteína, contagem de células somáticas (CCS) e contagem bacteriana totais (CBT). Além da questão econômica, por meio da geração de emprego e renda para a população, o leite é ainda essencial no suprimento de alimentos. A composição do leite de vacas Holandesas geralmente apresenta valores médios de 3,2% a 3,8% de gordura e 3,0% a 3,4% de proteína, sendo influenciada por fatores como: genética, nutrição, fase de lactação. A densidade, acidez e ponto de congelamento também são parâmetros analisados, com impactos sobre a estabilidade e aceitabilidade do produto pela indústria.
A CCS é um importante indicador da saúde da glândula mamária, especialmente no diagnóstico de mastite subclínica. Segundo a Instrução Normativa nº 76, os limites aceitáveis para CCS são de até 500 mil células/mL. A CBT avalia a carga microbiana presente no leite, sendo influenciada pela higiene da ordenha, conservação do leite e sanidade do equipamento. A legislação brasileira estabelece o limite máximo de 300 mil UFC/mL. Propriedades que realizam o manejo correto, desinfecção de equipamento de ordenha e em outros casos a cloração da água, minimizando a contagem de microrganismos, para utilização nos processos de limpeza da mesma, alcançam melhores resultados de qualidade do leite
Dietas mal formuladas podem afetar diretamente a composição do leite. Desequilíbrios energéticos no pós-parto, por exemplo, podem levar à ocorrência de cetose subclínica, elevando a CCS e reduzindo os sólidos totais. A adoção de dietas com bom balanceamento proteico-energético, associadas à oferta de volumoso de qualidade, é essencial para a manutenção da saúde da vaca e da qualidade do leite. A mastite bovina é uma doença multifatorial que causa grandes prejuízos na produção de leite, sendo frequentemente causada por estafilococos e estreptococos. Pode ser clínica ou subclínica, sendo esta última de difícil detecção.
O diagnóstico utiliza testes como California Mastitis Test (CMT), Wisconsin Mastitis Test (WMT) e CCS. Medidas de controle e higiene durante a ordenha são essenciais para prevenir novas infecções e melhorar a saúde e produtividade do rebanho. A adoção do protocolo de vaca seca e a cultura microbiológica são ferramentas recomendadas. A estrutura da fazenda, principalmente no que se refere ao sistema de ordenha e à refrigeração do leite, influencia diretamente os níveis de CBT. É comum que pequenas propriedades da região apresentem ambientes com falhas de higiene, equipamentos sem a devida manutenção e interrupções na cadeia de frio.
Estudos conduzidos na região indicam variações significativas entre as propriedades, mesmo entre aquelas com vacas da mesma raça e sistema produtivo semelhante. Essas variações são atribuídas principalmente à capacitação dos produtores, acesso à assistência técnica contínua e adoção de boas práticas agropecuárias. A crescente adesão de produtores aos programas de qualidade do leite promovidos por cooperativas e instituições como o Senar e Embrapa tem promovido avanços importantes. A qualidade do leite produzido é resultado de um conjunto de fatores interligados que envolvem genética, nutrição, sanidade, manejo e capacitação. A melhoria contínua depende de políticas públicas, incentivos à adoção de tecnologias e valorização do leite de qualidade na remuneração do produtor. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.