04/Aug/2025
A associação que representa os restaurantes norte-americanos enviou uma carta ao governo dos Estados Unidos alertando sobre o impacto do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre alimentos do Brasil e da União Europeia como café, carne bovina, vinhos e destilados. O setor pede isenção dessas tarifas para não afetar o custo e a disponibilidade de produtos nos estabelecimentos. A carta foi enviada pela Associação Nacional de Restaurantes dos Estados Unidos ao representante de Comércio do governo norte-americano, Jamieson Greer, no dia 29 de julho, véspera do decreto de Trump que confirmou a taxa de 50% aos produtos brasileiros, incluindo o café e a carne, que não entraram na lista de exceções. A associação representa 500 mil estabelecimentos dos Estados Unidos.
“Impor tarifas a parceiros importantes como Brasil e União Europeia traria grandes desafios à cadeia de suprimento dos restaurantes, afetando o custo e a disponibilidade de produtos essenciais como café, carne bovina e alimentos, vinhos e destilados europeus”, diz a carta. Atualmente, os preços da carne bovina já estão em níveis recordes, impactando os preços de pratos como hambúrgueres, tacos e outros, afirma a associação norte-americana. O secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, reconheceu que o país pode reconsiderar e isentar de tarifas comerciais bens incapazes de “crescer” em solo norte-americano, como café, cacau e outros produtos.
“Concordamos que os déficits comerciais dos Estados Unidos com outros países devem ser mais equilibrados, mas como os produtos alimentícios e bebidas não contribuem significativamente para esses déficits, esperamos que esses produtos possam ser isentos”, diz a carta dos restaurantes. O Estados Unidos é superavitário na balança comercial com o Brasil. No Brasil, produtores de café esperam que Donald Trump tire o produto da sobretaxa. Os exportadores brasileiros também esperam escapar do tarifaço, mas são mais duvidosos, pois os Estados Unidos produzem carne.
Ainda assim, a atratividade da carne brasileira, conhecida por ser mais magra e utilizada para produção de alimentos industrializados, é vista como um fator que pode salvar a venda para os norte-americanos. Empresas como Minerva, JBS e Marfrig estão entre as maiores exportadoras. Segundo o setor, uma tarifa de 50% inviabiliza as exportações e as companhias terão que se adequar, usando suas fábricas nos Estados Unidos, por exemplo, ou vendendo para outros mercados. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que essa taxação inviabiliza as exportações. Se for mantida, os Estados Unidos terão de se suprir de outros mercados porque a carne bovina deixa de ser competitiva. A entidade tem expectativa de que ainda haja negociação para retomar o fluxo normal do comércio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.