04/Aug/2025
A indústria dos pescados do Ceará entrou na lista de Donald Trump e será taxada. O governo do Estado estuda comprar produtos como peixes e castanha de caju e destinar os alimentos para famílias carentes, escolas e hospitais. O Ceará é o Estado que mais depende dos Estados Unidos na pauta de exportação. No primeiro semestre do ano, mais da metade do que as empresas locais que exportaram tiveram como destino os Estados Unidos. A medida de Trump efetivamente afeta muito a economia. Para o aço, mantém-se a mesma tarifa que já existia, mas o pescado foi taxado. A castanha de caju ainda há uma análise para saber se ela está ou não isenta. A cera de carnaúba e os calçados também forma taxados, isso tem uma repercussão nas empresas que exportam e nos empregos da população, afirmou o governador do Ceará, Elmano de Freitas.
Elmano se reuniu com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, na semana passada, e pediu uma nova agenda para discutir um pacote em conjunto com o governo federal. Um dos pedidos analisados é a compra dos produtos que iriam para os Estados Unidos, como os pescados, pelo governo do Ceará e pelo governo federal. O Ceará avalia comprar os produtos e incluir os alimentos nas refeições distribuídas à população carente, na merenda escolar e nos hospitais. No “Ceará sem Fome”, são 130 mil almoços por dia; então, pode ser possível inserir os pescados e colocar a castanha de caju na merenda escolar, seja nas universidades, nas escolas e nos hospitais. A destinação ajudaria os produtores a ganharem tempo buscando novos mercados enquanto o governo brasileiro segue negociando com os Estados Unidos.
O governador do Ceará afirmou que há possibilidade do Estado e municípios locais comprarem produtos prejudicados com a tarifa de 50% dos Estados Unidos. O tema foi discutido na sexta-feira (1º/08) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Haddad recebeu com muito bom grado essa sugestão, declarou o governador. Também foi discutida a liberação de recursos e a utilização de instrumentos legislativos, como a Lei Kandir, que trata do imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal. O governador não entrou em detalhes, mas ressaltou que a tarifa de 50% prejudica o setor de pescados e outros mercados menores. A ideia agora é definir instrumentos para manter a competitividade de setores.
Outros Estados continuam avaliando o que farão com as empresas exportadoras, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Sergipe. O objetivo é realizar um levantamento detalhado dos dados, entender os efeitos práticos em cada área e buscar medidas junto ao governo federal para colaborar com os segmentos atingidos, disse o governo de Sergipe, que criou um grupo de trabalho para avaliar os impactos. O Rio de Janeiro também criou um grupo de trabalho. Com a formalização das novas tarifas, o grupo conta agora com um cenário mais concreto para analisar os impactos econômicos e identificar as medidas necessárias. O governo do Estado está ouvindo as entidades setoriais e empresas para que contribuam com diagnósticos e propostas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.