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01/Aug/2025

Boi: setor precisa de apoio diante da taxa dos EUA

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que o setor tem a necessidade de linha de crédito para financiar as exportações, em meio aos impactos do tarifaço de 50% dos Estados Unidos sobre produtos importados brasileiros. Isso ainda está sendo avaliado pela equipe do governo e estará possivelmente dentro das medidas a serem anunciadas, segundo me disse o vice-presidente Geraldo Alckmin. O governo está estudando ações para mitigar os impactos como novas linhas de crédito e novas linhas de financiamento para setor exportador brasileiro. O setor precisa de novas linhas de crédito para atravessar esse período sem esse grande cliente: os Estados Unidos. O setor emprega mais de 7 milhões de pessoas. A entidade calcula perda de US$ 1 bilhão com o produto que deixará de ser exportado para os Estados Unidos neste ano, considerando apenas o último semestre do ano.

A tarifa adicional de 40% sobre a carne bovina brasileira inviabiliza a exportação para o mercado norte-americano. Somada à alíquota atual de 36,4%, contabilizando os 10% em vigor desde 5 de abril, a carga tributária total ultrapassaria 76%. Mesmo com a implementação da taxação, as negociações entre os países podem continuar. Foi isso que ocorreu com vários países, para os quais foi anunciada a taxação e depois houve recuo. Há esperança de que isso ainda seja possível. Os empregos da indústria de carnes serão mantidos porque a indústria permanece produzindo. Apesar de a carne bovina brasileira ficar de fora da lista de exceções da tarifa adicional de 40% dos Estados Unidos, a Abiec avaliou como positiva a extensão do prazo para entrada em vigor da alíquota. A tarifa entra em vigor daqui a 6 dias para produtos que estão nos Estados Unidos e em 5 de outubro para os que forem embarcados em até 7 dias, de acordo com comunicado do governo dos Estados Unidos.

Isso faz com que as carnes que estavam no mar ou desembaraçadas nas aduaneiras brasileiras possam chegar aos Estados Unidos em tempo hábil. Nesse sentido, o prazo dado é satisfatório. Estima-se que cerca de 30 mil toneladas da proteína brasileira estavam em alto-mar ou embarcadas nos portos nacionais prontas para serem encaminhadas aos Estados Unidos após o anúncio da imposição da tarifa em 9 de julho. Sobre a carne bovina ter ficado fora da lista, vários itens não entraram no rol de exceções. O governo está tentando negociar. A Abiec tenta conversar com importadores para que continuem negociações nos Estados Unidos também. O setor segue acreditando nas negociações conduzidas pelo governo brasileiro, que está se esforçando para negociações, mas a alternativa é distribuir esse volume ao redor do mundo. Não há nenhum mercado com tanta especificação e rentabilidade quanto o norte-americano.

Não há um substituto imediato. Os Estados Unidos são o segundo principal mercado da carne bovina brasileira. Em curto prazo, não há tempo de fazer essa destinação. Os frigoríficos já pararam de produzir esses cortes específicos para os Estados Unidos. Caso o tarifaço seja mantido, as exportações brasileiras para o mercado norte-americano ficam inviabilizadas. Se for mantida, os Estados Unidos terão de se suprir de outros mercados porque a carne bovina deixa de ser competitiva, mas a expectativa é de que ainda que haja negociação para retomar o fluxo normal do comércio. Na negociação entre os países, é preciso considerar a produção complementar de carne bovina de ambos, já que o produto fornecido pelo Brasil é destinado para produção de hambúrgueres, e o potencial impacto inflacionário da medida para o mercado norte-americano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.