01/Aug/2025
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), a imposição de tarifa adicional de 40% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros do setor de pescados pode levar empresas à recuperação judicial e causar impactos sociais profundos no País. A entidade classificou a medida como uma ameaça de “colapso” para uma das cadeias mais relevantes do agronegócio nacional. Segundo a Abipesca, o mercado norte-americano é o destino de cerca de 70% das exportações brasileiras de pescados, sem alternativas viáveis de substituição no curto prazo. A interrupção dessas exportações poderá desencadear uma onda de pedidos de recuperação judicial, uma vez que as empresas não terão capacidade de honrar seus compromissos financeiros.
O impacto regional da decisão, especialmente em estados como o Ceará, onde boa parte da operação das indústrias está diretamente atrelada às exportações para os Estados Unidos. Pode haver repercussões sociais e econômicas profundas, especialmente em regiões onde a atividade pesqueira é a principal fonte de emprego e renda. A Abipesca estima que mais de um milhão de pescadores profissionais e milhares de famílias serão diretamente atingidos pela nova tarifa. A interrupção do escoamento da produção nacional comprometerá a subsistência de uma ampla rede de trabalhadores e comunidades, provocando consequências drásticas para a segurança econômica do País. A entidade cobra que o setor de pescados seja incluído nas medidas emergenciais do governo federal.
Entre as ações sugeridas estão a criação de linhas de crédito especiais e auxílio emergencial às empresas exportadoras. Ignorar essa realidade é permitir o colapso de uma das mais importantes cadeias produtivas do agronegócio nacional, com efeitos em cascata sobre o emprego, a renda e a estabilidade de regiões inteiras. Segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), a ausência dos pescados brasileiros, em especial o filé fresco de tilápia, da lista de isenções da tarifa adicional de 40% anunciada pelos Estados Unidos gera forte preocupação no setor aquícola. O tema demanda ação diplomática urgente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A entidade segue conversando com os parceiros norte-americanos para inclusão da tilápia, mas é fundamental o início das negociações do presidente Lula com o presidente Donald Trump.
Como a nova taxação entrará em vigor em 6 de agosto, os embarques seguem normalmente até lá. No entanto, o risco de perda de mercado é real. Os Estados Unidos são hoje o maior importador mundial de filé de tilápia, e o Brasil é um dos principais fornecedores do produto fresco por via aérea. Com a nova tarifa, o setor teme a inviabilidade econômica das exportações e o comprometimento de investimentos realizados para consolidar o mercado norte-americano. Os Estados Unidos são o maior importador de filé de tilápia do mundo e neste momento não tem outro país para suprir a demanda de filé fresco. A China segue como principal fornecedor de filé congelado, o que pode pressionar os Estados Unidos a buscarem uma negociação com a China, com potenciais impactos indiretos também sobre o Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.