31/Jul/2025
Agosto e setembro são meses críticos para as pastagens em grande parte do País. Muitos pecuaristas complementam a alimentação do rebanho mesmo que não tenham o objetivo de abate em curto prazo. Essa prática eleva os desembolsos do produtor e, neste ano, ocorre simultânea à queda dos preços de venda. Ou seja, no momento em que as despesas aumentam, a receita baixa, exigindo destreza na gestão do negócio. Entre os principais insumos para a complementação da dieta estão os grãos e o sal proteinado. Ainda que o boi gordo tenha perdido valor ao longo deste mês, as relações de troca atuais frente ao milho e ao farelo de soja são consideradas boas para o pecuarista.
O final de junho ofereceu uma das melhores relações de troca de arroba de boi por farelo de soja; para a aquisição do milho, as oportunidades mais favoráveis foram vistas na primeira semana de julho. Estendendo o período de análise, a média do mês corrente se destaca como a melhor do ano tanto para o milho quanto para o farelo. O sal proteinado está em tendência de alta. De janeiro a junho, o gasto de pecuaristas de recria e engorda com suplementação aumentou 4,6%. Para os pecuaristas de cria, o custo com essa suplementação subiu 10%. Muitos produtores têm aprimorado a gestão e feito planejamento dos melhores momentos para a compra dos diferentes insumos.
E a atenção com os custos é determinante para resultados que permitam a continuidade no setor. Uma parcela da pecuária brasileira está avançando aceleradamente em ganhos de produtividade dos diversos fatores de produção. Além de baixarem os custos por unidade produzida, sejam bovinos para reposição ou para abate, conseguem obter condições diferenciadas com compradores, já que ofertam lotes mais padronizados e sob condições que atendem a clientes mais exigentes, tanto da reposição quanto da carne. A gestão organizada facilita também a obtenção de crédito a taxas menores, o que tem grande impacto no balanço total do negócio.
O patamar de preços (já deflacionados) deste ano é relativamente alto, mas as quedas recentes, beirando 10% no mês em algumas regiões e empurrando para baixo as expectativas nos próximos meses, testam a resiliência dos produtores. Na prática, quedas abruptas de preços podem acontecer por diferentes motivos e mostram a importância de os custos serem geridos com a máxima eficiência e de serem adotadas medidas de gestão do risco, ambas providências ao alcance do produtor, já que os preços de venda são “dados” pelo mercado. A liquidez dos negócios de bois para abate está melhor nos últimos dias, e os preços se estabilizaram, chegando a haver reajustes positivos.
Após sucessivas quedas ao longo de grande parte de julho, os pecuaristas estão mais resistentes e, com isso, a oferta está menor em algumas regiões. As escalas de abate estão entre 7 e 14 dias, com certa concentração para abate já na semana que vem. O preço médio do boi gordo em São Paulo é de R$ 294,50 por arroba, quedas de 0,5% nos últimos sete dias e de 7,2% no mês. Em São Paulo, no atacado, os preços de todos os cortes da carne com osso apresentam pequenos aumentos, o que não ocorria há 1,5 mês (desde 18 de junho). A carcaça casada bovina tem média de R$ 20,18 por Kg, redução de 1,37% nos últimos sete dias e de 8,4% no mês. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.