30/Jul/2025
Segundo análise trimestral da Ponta Agro, a combinação entre a valorização do boi gordo no início do ano e a queda nos custos alimentares, puxada pela oferta de grãos da 2ª safra de 2025, garantiu margens positivas no primeiro giro do confinamento bovino em 2025. Mesmo com oscilações regionais e incertezas no mercado internacional, o período de abril a junho foi marcado por oportunidades de rentabilidade, com lucros acima de R$ 800,00 por cabeça nas principais regiões de engorda intensiva. Na Região Centro-Oeste, a alta de 15,24% no Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) em abril, puxada por milho e gordura protegida, foi revertida nos meses seguintes com a chegada da 2ª safra de 2025. O ICAP caiu de R$ 16,03 para R$ 14,35 em maio e R$ 14,27 em junho, enquanto o custo da dieta de terminação recuou de R$ 1.355,52 para R$ 1.292,76 por tonelada de matéria seca.
Na Região Sudeste, o uso intensivo de coprodutos garantiu maior estabilidade, com variações mais suaves nos custos, que encerraram junho em R$ 1.241,08 por tonelada de matéria seca. Em relação à lucratividade, considerando os dados do Report de Confinamento Ponta, notam-se margens ainda saudáveis. Em junho, os custos ficaram em R$ 209,41 por arroba no Centro-Oeste e R$ 197,15 por arroba no Sudeste. Com isso, a margem por bovino abatido no trimestre foi estimada em R$ 810,00 e R$ 850,00, respectivamente. Mesmo assim, o ICAP continua em nível elevado na comparação anual, com alta acumulada de 1,49% no Centro-Oeste e 9,52% no Sudeste em 12 meses. Os altos preços no início do ano ainda afetam os estoques das propriedades e exigem maior atenção à gestão de insumos no segundo semestre.
Para o segundo giro, a expectativa é de continuidade na retração dos custos no Centro-Oeste, enquanto no Sudeste a aposta é em estabilidade, desde que os pecuaristas consigam recompor estoques com ingredientes mais baratos. O maior risco, no entanto, vem do mercado externo. As incertezas sobre os reais impactos do tarifaço promovido pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre os produtos brasileiros que vem provocando queda no preço da arroba. Isso coloca a margem em risco. Nesse cenário, estratégias de comercialização, como bonificações por tipo de bovino, especialmente o “boi China”, que pode render até R$ 7,50 por arroba a mais, e o uso inteligente de dietas e coprodutos ganham ainda mais importância para garantir a viabilidade do confinamento no segundo semestre. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.