28/Jul/2025

Após a forte pressão sobre o boi gordo desde o anúncio do tarifaço dos Estados Unidos sobre o Brasil, os preços parecem ter encontrado um piso, pelo menos por enquanto. Os pecuaristas começaram a reter os bovinos, limitando a oferta e não deixando tanta margem de manobra para a indústria seguir baixando preços. A pressão dos compradores está maior, mas muitos pecuaristas estão recuando. O mercado encontrou uma base para os preços, pautado em um movimento de restrição de oferta pelos vendedores.

O mercado está bastante especulado e as negociações levam em conta, mais do que a oferta, a necessidade de compra em cada região. Entretanto, com o fraco escoamento de carne bovina no mercado interno, para onde vai a maior parte da produção do País, a demanda por bovinos prontos para abate também se amortece no físico. Desta forma, o mercado registra baixa liquidez. Entretanto, a pressão sobre os preços nos últimos dias funcionou e, em São Paulo, os negócios têm saído abaixo dos R$ 300,00 por arroba.

As escalas de abate seguem relativamente confortáveis, entre 9 e 14 dias úteis. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 297,00 por arroba a prazo; para o boi gordo; a vaca gorda, a R$ 270,00 por arroba a prazo; a novilha gorda, a R$ 292,00 por arroba a prazo; e o “boi China”, a R$ 300,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso, os preços do boi gordo estão em baixa, entre R$ 290,00 e R$ 293,00 por arroba a prazo.

Em Goiás, o boi gordo está cotado a R$ 278,84 por arroba; em Mato Grosso do Sul, a R$ 298,10 por arroba; em Minas Gerais, a R$ 283,37 por arroba (-0,54%); em Rondônia, a R$ 259,27 por arroba; e em Tocantins, a R$ 270,16 por arroba. Em São Paulo, no atacado, o preço da carne aumentou 0,6% em julho. O resultado é uma tendência inversa entre os preços pagos ao pecuarista e os valores cobrados no varejo, um sintoma de desorganização na cadeia de suprimentos causado pela retração dos abates.