24/Jul/2025
Os preços dos cortes desossados mais consumidos pelos brasileiros não têm acompanhado a desvalorização da carcaça com osso nem do boi gordo. Em São Paulo, no atacado, cortes como patinho, capa do coxão mole, músculo do traseiro, acém e paleta com músculo recuaram menos de 1% no último mês. Vários outros cortes também tiveram queda menores que as da carne com osso e do boi gordo. Apenas cortes mais caros como picanha, filé sem capa e maminha têm baixado tanto quanto o boi gordo e a carcaça. Da semana de 16 a 20 de junho até a passada, a carcaça casada de boi no atacado de São Paulo, se desvalorizou 6%, e o preço médio do boi gordo em São Paulo caiu 5% (comparativo de médias semanais).
A relativa sustentação dos preços de cortes mais populares confirma a resiliência desses produtos no cardápio dos brasileiros e, ao mesmo tempo, dificulta uma reação do consumo de modo a absorver o volume que é posto à venda. A disponibilidade interna de carne bovina em julho deve estar 1% maior que a de junho, com o agravante de que as férias escolares tendem a diminuir o consumo da carne tanto nas merendas quanto nas refeições das famílias, que costumam diversificar sua alimentação nesses períodos. Além disso, a competitividade da carne bovina frente à de frango e suína está cerca de 20% menor do que esteve em julho de 2024, período em que a carne bovina teve a segunda menor média daquele ano.
Os preços do boi gordo para abate estão em queda desde a virada de junho para julho, refletindo certo aumento da oferta de pecuaristas, devido à deterioração das pastagens nesta época seca, num momento em que começam a aumentar as entregas de lotes confinados e a demanda, como dito, tende a ter certo enfraquecimento. Ao longo de julho, os preços do boi gordo recuam em todas as regiões. As maiores quedas, por volta de 6% e 8%, ocorrem nas regiões mais ao Norte do País, como Colíder e Sorriso (MT), Pará e Rondônia. Em Goiás, Triângulo Mineiro (MG), Dourados (MS), Cassilândia (MS) e Cáceres (MT), a desvalorização chega a 5%.
Nos últimos sete dias, esse comportamento está mais contido, com as escalas de abate predominantemente no intervalo de 10 a 14 dias. Os negócios têm saído a preços mais estáveis que na semana passada. Em São Paulo, no atacado, somente a ponta de agulha registra queda nos últimos sete dias, cotada a R$ 18,05 por Kg. Traseiro e dianteiro se mantém estáveis, com médias de R$ 22,61 por Kg e R$ 18,63 por Kg. A carcaça casada está cotada a R$ 20,46 por Kg, face a R$ 22,04 por Kg no encerramento de junho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.