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22/Jul/2025

Pescado: mercado interno é alternativa para setor

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (Inpo), o mercado interno pode ser a melhor alternativa para a produção de pescado brasileiro afetada pela taxação do presidente norte-americano, Donald Trump, assim como ocorreu com o camarão no passado. Pescados como a tilápia, lagosta, pargo e alguns tipos de atum são os principais produtos afetados pela taxação no setor, já que grande parte de sua produção é destinada à exportação para os Estados Unidos. Uma das alternativas é apostar no mercado doméstico, assim como já aconteceu com o camarão no passado. O Brasil produz muito camarão, principalmente na Região Nordeste. Mas, esse camarão não é mais exportado para os Estados Unidos, como no início do século, quando o mercado norte-americano era o principal destino por conta da proximidade e do custo.

Outro caminho é o mercado europeu, que está em vias de assinar o tão esperado acordo com os países do Mercosul. As opções são apontadas como alternativas à taxação de 50% das exportações brasileiras aos Estados Unidos, que já está afetando a exportação de pescados. Outra saída, mais diplomática, seria a exportação para o mercado europeu. O Brasil está, desde 1999, tentando fechar um acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que parece estar em vias de ser assinado. É interessante aumentar o número de compradores para os produtos brasileiros. Em 2003, os pescadores de camarão norte-americanos acusaram produtores de seis países, entre estes o Brasil, de dumping, ou seja, de vender seus produtos no exterior a um preço abaixo do custo interno, e entraram com uma ação antidumping.

Na época, os produtores norte-americanos eram responsáveis por cerca de 10% do camarão consumido nos Estados Unidos, enquanto exportadores supriam os outros 90% com crustáceos produzidos em viveiros. A ação surtiu efeito. Em 2005 teve início a cobrança da tarifa antidumping e os produtos passaram a ser taxados. Na época, metade da produção brasileira era destinada aos Estados Unidos. A ação teve impacto principalmente na Região Nordeste, já que a carcinicultura (criação de camarão em cativeiro) era uma atividade geradora de empregos e divisas para a região, detentora de 98% de todo camarão produzido no País. Durante esses anos em que não pôde exportar o camarão, o setor descobriu o mercado interno. Hoje em dia, o Brasil exporta pouco camarão. Quase todo o crustáceo que antigamente era vendido para o exterior, é consumido localmente no mercado brasileiro. Essa pode ser uma saída, principalmente para a tilápia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.