16/Jul/2025
Segundo projeções do relatório Perspectivas Agrícolas 2025-2034, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o consumo mundial de carne deve crescer 13% na próxima década, atingindo 406 milhões de toneladas em 2034. O aumento será puxado principalmente pela carne de aves, que representará 62% do crescimento total, enquanto a demanda por proteína bovina permanecerá estável. Até 2034, o consumo global de carne avícola deve saltar 21%, alcançando 173 milhões de toneladas. O crescimento será impulsionado por custo acessível, eficiência produtiva e preferência por proteínas com menor impacto ambiental. Em contraste, o consumo de carne bovina deve permanecer em 84 milhões de toneladas, com queda per capita na Europa e América do Norte, mas alta no Oriente Médio e na Ásia, onde a renda crescente da classe média sustenta a demanda.
A produção de carne suína, ainda em recuperação após os surtos de Peste Suína Africana (PSA), terá expansão modesta de 5%, chegando a 130 milhões de toneladas. A China, maior consumidor global, reduzirá suas importações devido ao aumento da produção doméstica, afetando os fluxos comerciais. A carne ovina, nicho importante no mundo árabe, terá alta de 16%, impulsionada por Austrália e Nova Zelândia. O comércio internacional de carne crescerá apenas 10% no período, ritmo bem inferior aos 37% registrados anteriormente, com a China reduzindo sua participação nas importações de 20% para 16%. Nesse cenário, o Brasil se consolida como principal exportador, especialmente de carne bovina e avícola, beneficiado por custos competitivos, câmbio favorável e status sanitário robusto. As exportações brasileiras de carne bovina devem bater recordes, enquanto a União Europeia perde espaço devido a regulamentações ambientais mais rígidas.
Austrália e Nova Zelândia seguirão dominando o mercado de carne ovina, com foco em cortes premium para Europa e América do Norte. Apesar do aumento na produção, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) do setor avançarão apenas 6%, graças a ganhos de eficiência e à migração para sistemas menos poluentes, como a avicultura. A Europa deve reduzir suas emissões em 7%, enquanto a África, com sistemas menos tecnificados, terá alta de 18%. No entanto, o relatório alerta para riscos, como surtos de doenças, políticas climáticas, que podem elevar custos, mudanças nos hábitos alimentares em economias avançadas, com possível taxação de carne vermelha. Os preços reais da carne devem recuar até 2034, com queda mais acentuada para aves (-20%) e suínos (-20%), enquanto bovinos (-8%) e ovinos terão desvalorização moderada. A diferença reflete ganhos de produtividade mais expressivos nas cadeias de frango e suínos em comparação com a pecuária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.