16/Jul/2025
Enquanto a fusão entre BRF e Marfrig não sai, a base de acionistas da empresa de alimentos teve uma movimentação importante nos últimos dias. A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, vendeu todas as suas ações, zerando uma posição de mais de três décadas. Ao mesmo tempo, a Marfrig, do empresário Marcos Molina, anunciou ter aumentado a participação para 58,87% do capital, e o BTG chegou a uma fatia de 7,79%, se tornando o terceiro maior acionista. A dança das cadeiras entre os acionistas da BRF ocorre em meio a uma proposta da Marfrig para uma fusão com a empresa, que vêm sendo contestada por alguns investidores. O negócio não agradou à Previ, e outros minoritários, como a gestora do fundo Latache, que pediram na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o adiamento da assembleia que discutiria a relação de troca das ações e foram atendidos na última sexta-feira (11/07), adiando a reunião pela segunda vez em meio a queixas de irregularidades no processo.
A Previ considera que Molina propõe uma relação de troca que "não reflete adequadamente" o valor da BRF, o que poderia resultar em perdas para os acionistas minoritários. "A venda integral da posição em BRF ocorre em um momento oportuno, diante do atual cenário macroeconômico internacional e incertezas quanto ao futuro da empresa, após a incorporação pela Marfrig", afirma comunicado da Previ na segunda-feira (14/07). A Previ investia na BRF desde 1994, ainda na época da Perdigão, que depois se juntou à Sadia. O fundo de pensão fez a venda na B3, na última sexta-feira, e embolsou R$ 1,9 bilhão. O dinheiro será todo usado para comprar títulos públicos federais. Na Marfrig, em um comunicado no último sábado (12/07), a posição da empresa na BRF, somada ao fundo Mams, de Molina, e MMS Participações, a holding do empresário, chegou a 58,87% do capital social, incluindo aqui também derivativos.
Com o adiamento da assembleia que discutiria a fusão, que seria realizada na segunda-feira (14/07), uma nova data deverá ser marcada apenas 21 dias após a disponibilização de novas informações exigidas pela CVM. A consumação da operação, caso aprovada pelas assembleias das duas companhias e atendidas as condições previstas, resultará na conversão da BRF em subsidiária integral da Marfrig. A Marfrig comunicou que recebeu correspondência de seus acionistas controladores, MMS Participações, Marcos Molina e Marcia Pascoal Marçal, que compõem o grupo de Controle, informando que passaram a deter diretamente e indiretamente 646.294.180 ações ordinárias, o que representa participação de 75,33% do total das ações de emissão da companhia. No fim de semana, a companhia também tinha comunicado que elevou sua participação na sua controlada BRF para 58,87% do capital social, junto com a MMS Participações e o fundo MAMS, em meio ao processo de fusão das companhias. Fonte: Broadcast Agro.