15/Jul/2025
A Marfrig Global Foods notificou a BRF que passou a deter, direta e indiretamente, 58,87% do capital social da companhia, segundo comunicado divulgado no sábado (12/07). A atualização da participação foi informada no dia anterior, após o fechamento do mercado, e ocorre em meio ao processo de fusão entre as duas companhias. A nova posição acionária considera tanto ações ordinárias quanto instrumentos financeiros derivativos com e sem liquidação financeira.
Do total, 5,11% são compostos por derivativos com liquidação exclusivamente financeira, enquanto 990,5 milhões de ações ordinárias, incluindo derivativos com liquidação física, representam os 58,87% do capital social. Os signatários da notificação, Marfrig, MMS Participações e o MAMS Fundo de Investimento em Ações, ressaltaram que a negociação não tem por objetivo alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da BRF, que já é controlada pela Marfrig.
Ainda assim, reiteraram que a operação está inserida no contexto da proposta de incorporação das ações da BRF pela Marfrig, conforme anunciado em maio. A comunicação ao mercado ocorreu um dia após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) adiar, pela segunda vez, a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da BRF, convocada para deliberar sobre a fusão. A decisão da CVM atendeu a pedidos de acionistas minoritários, que alegaram irregularidades no processo.
O encontro estava previsto para esta segunda-feira (14/07), mas, com a determinação do colegiado, uma nova data deverá ser marcada apenas 21 dias após a disponibilização de novas informações exigidas pela autarquia. A consumação da operação, caso aprovada pelas assembleias das duas companhias e atendidas as condições previstas, resultará na conversão da BRF em subsidiária integral da Marfrig. Os signatários também afirmaram que não possuem outros valores mobiliários da BRF além dos já informados e não participam de acordos de voto ou contratos envolvendo a compra e venda de ações da companhia.
Ainda, a Previ zerou a sua posição na BRF na sexta-feira (11/07). O fundo era acionista desde a década de 90, quando a empresa ainda era Perdigão, e seguiu após a fusão com Sadia em 2009. Porém, manifestava contrariedade com os rumos da companhia nos últimos tempos, diante do impasse da fusão com a Marfrig. Ao lado do fundo Latache e de um membro da família Fontana, a Previ pediu adiamento da assembleia para discussão na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o processo de definição da relação de troca, que consideram favorável à Marfrig. A ponta compradora dos papéis da BRF foi a Marfrig e o seu controlador, Marcos Molina. A companhia comunicou ao mercado que sua posição, somada ao fundo Mams, de Molina, chegou a 58,87%. Quando a fusão foi anunciada, em maio, a Marfrig tinha 50,5% da BRF. Fontes: Broadcast Agro e Valor Online.