14/Jul/2025
A Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) afirmou na sexta-feira (11/07), ao presidente Lula que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode afetar pelo menos 25 mil empregos no setor. Em carta enviada ao Palácio do Planalto, a entidade apontou que a sobretaxa de 50% terá impacto significativo e imediato no ramo de pesca. Cerca de 70% das exportações brasileiras são destinadas aos Estados Unidos. A eventual interrupção das vendas para os norte-americanos vai impactar 20 mil pescadores artesanais, 4,5 mil empregos nas indústrias de processamento, e outras centenas de piscicultores de tilápia e tambaqui. As duas espécies são destinadas exclusivamente àquele país.
O tarifaço terá um impacto significativo e imediato sobre o setor, afetando diretamente as exportações que movimentam mais de US$ 340 milhões anuais. O impacto já pode ser evidenciado através dos pedidos de cancelamento de compras já sinalizados pelos importadores norte-americanos. A associação representa empresas responsáveis por 90% das exportações de pescados do País. A Abipesca pediu que o governo brasileiro obtenha, junto aos Estados Unidos, uma prorrogação mínima de 90 dias para a sobretaxa entrar em vigor. Segundo Trump, a tarifa começará a ser cobrada a partir de 1º de agosto, daqui a 20 dias. O impacto do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos é comparável ao início da pandemia de Covid-19, quando houve uma queda brusca no mercado.
A carga agora está voltando dos portos para os pátios. A situação é muito grave. Talvez pior do que o início da pandemia. Agora, começou uma interrupção do processo industrial de pescado para exportação, o que leva à interrupção da compra da pesca artesanal. Na quinta-feira (10/07), dia seguinte ao anúncio da sobretaxa de 50%, 58 contêineres com pescados deixaram de embarcar para os Estados Unidos. A carga total é de mil toneladas de peixes. Na sexta-feira (11/07), a situação se recrudesceu. Se a taxação anunciada por Trump se mantiver, a produção sofrerá um corte drástico, tendo em vista que o mercado interno não consegue absorver esse excedente. Ao mesmo tempo, não há um mercado alternativo dessa monta: o País enfrenta um embargo do mercado comum europeu desde 2017. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.