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14/Jul/2025

Ostras cruas prontas vendidas em mercados: riscos

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e de outras instituições de pesquisa brasileiras encontraram bactérias multirresistentes e altos níveis do metal tóxico arsênio em ostras cruas prontas para consumo vendidas em diferentes mercados do País. Em um artigo publicado na revista científica Food Research International, os pesquisadores descreveram a análise que fizeram em 108 ostras das espécies Crassostrea gigas e Crassostrea brasiliana compradas entre setembro de 2022 e março de 2023 em mercados de cinco cidades brasileiras: Santos, Cananeia e Peruíbe (no litoral de São Paulo), além de São Paulo e Florianópolis (SC).

No artigo, os autores explicam que o consumo de ostras cruas apresenta riscos pela natureza filtradora do animal, que permite a bioacumulação de uma ampla gama de contaminantes, incluindo metais pesados potencialmente tóxicos, microrganismos patogênicos e bactérias resistentes a antimicrobianos. Por serem filtradoras, as ostras processam grandes volumes de água, podendo, assim, concentrar bactérias de águas contaminadas, em especial em locais que recebem esgoto não tratado, escoamento agrícola e resíduos industriais ou com grande fluxo de embarcações e banhistas.

Um dos achados mais preocupantes foi a presença de pelo menos cinco tipos de bactérias multirresistentes a antibióticos nos moluscos analisados. De acordo com os cientistas, as ostras carregavam bactérias pertencentes a grupos considerados prioritários pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli e Citrobacter telavivensis. Essas bactérias são resistentes a múltiplas classes de antibióticos e representam um risco à saúde pública por dificultarem o tratamento de infecções.

São bactérias que circulam nos ambientes hospitalares e podem gerar infecções graves em animais e em humanos, em especial aqueles com sistema imunológico mais frágil. Os pesquisadores descobriram ainda que, em três dos mercados, as ostras apresentavam níveis de arsênio superiores ao limite permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é de 1 mg/Kg. Em um dos casos, o nível chegou a 1,95 mg/Kg. Pessoas que consomem frequentemente o molusco cru pode estar mais sujeito a desenvolver um câncer. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.