16/Out/2019
O mercado físico mais aquecido e as exportações de carne bovina em alta sinalizam que a arroba do boi gordo tem espaço para avançar mais. No mercado spot, há registra de alta de preço em algumas regiões. Ainda há indicações acima das referências por causa da baixa oferta de bovinos. É necessário cautela, entretanto, porque a chegada de bois do segundo giro de confinamento pode frear o impulso recente dos preços. As exportações voltam a animar.
Após os embarques em setembro apresentarem recuo anual, o volume voltou a crescer em outubro. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos nove primeiros dias úteis deste mês (até o dia 11 de outubro), o Brasil embarcou 73,9 mil toneladas de carne bovina in natura, média de 8,2 mil toneladas por dia, 32,8% superior à média diária do mês de outubro do ano passado. O preço médio ficou em US$ 4.386,90 por tonelada, alta de 12,7% na comparação anual.
Se a média diária se mantiver até o fim do mês, o volume exportado chegará a quase 180 mil toneladas em outubro, o que representaria alta de 45,49% ante setembro deste ano e de 32,41% na comparação com outubro de 2018. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 161,50 por arroba à vista e entre R$ 163,50 e R$ 164,00 por arroba a prazo. movimento, contudo, evidencia a baixa disponibilidade de bovinos terminados. Há ofertas de até R$ 4,00 por arroba acima da referência por bovinos com até quatro dentes.
No Estado, nos últimos 30 dias, os preços da carne com osso avançaram 6,4% e o boi gordo subiu 3,2%. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a oferta está mais apertada e os pecuaristas elevam as indicações. Mas, os preços podem perder a sustentação em breve. As indústrias já tentam pressionar as cotações no balcão com a expectativa de maior matéria-prima disponível com a chegada dos bois do segundo giro de confinamento. O mercado físico aquecido, por ora, e a perspectiva de avanço nas exportações impulsionaram os contratos futuros.