04/Jul/2025
Segundo o Itaú BBA, o cenário para a pecuária brasileira continua positivo em 2025, puxado por margens atrativas para o confinamento, firme demanda externa, com destaque para Estados Unidos e China, e uma oferta cada mais restrita de bezerros. O ritmo de retenção de fêmeas ainda precisa ganhar força para que a escassez de oferta pressione de fato a indústria e sustente preços mais altos e consolide a mudança do ciclo pecuário. Nesse momento, o abate de fêmeas continua elevado. Além disso, o confinamento deve ser mais robusto em 2025, sustentado pelo recuo no preço da ração e pela valorização do boi magro. O boi magro está deixando um resultado muito interessante, especialmente em Mato Grosso, onde tradicionalmente há desconto maior na arroba em relação a São Paulo.
Agora, as condições estão diferentes. No mercado externo, a conjuntura também favorece o Brasil. Os Estados Unidos estão com falta de carne, com preços muito elevados, e a produção no ano que vem deve ser ainda pior. A China também está comprando mais. A concorrência com a Austrália também diminuiu, com uma perspectiva de exportação 8% menor até junho de 2025. Essa combinação entre oferta doméstica menor e exportação aquecida deve manter os preços firmes. Os preços de exportação estão elevados, como estavam no ano passado. Entre os fatores de atenção, está o risco sanitário com a retirada da vacinação contra febre aftosa.
É um grande avanço, que pode abrir mercado, como Japão, Coreia do Sul e Canadá, mas também coloca o Brasil numa situação mais sensível se houver algum problema. No curto prazo, os pecuaristas já começam a sentir os efeitos das margens mais favoráveis. A cria já melhorou, mas ainda não aperta a indústria. O produtor começa a ter perspectiva melhor de margem. O cenário é positivo também para o bezerro. A posição de bezerro foi menor no ano passado, menor esse ano e será menor no ano que vem. A expectativa é de uma possível redução de até 1% na produção de carne bovina neste ano, com viés de estabilidade. Mas, com essa configuração de custos e preços, os produtores devem aproveitar para valorizar mais o bovino em confinamento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.