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26/Jun/2025

Boi: remuneração de pecuaristas registra forte alta

Os custos de produção da pecuária aumentaram fortemente nos últimos meses, mas a remuneração do pecuarista, no sistema tanto de cria quanto de recria e engorda, avançou ainda mais, resultando em importante elevação da margem da atividade. No sistema de cria, a margem por arroba produzida aumentou 81,6% nos 12 meses encerrados em maio. Nos sistemas de recria e engorda, o crescimento médio foi ainda mais expressivo: 98,5%, praticamente o dobro do observado há um ano. Com isso, em maio, a margem da cria esteve na casa de 80% e, dos sistemas recria e engorda, de 34%, em termos agregados. Esses cálculos são obtidos a partir de levantamentos primários sobre preços de venda dos bovinos e sobre os sistemas modais de produção de carne bovina em 13 Estados (Acre, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins). A pesquisa sobre as estruturas de produção é conduzida há mais de duas décadas em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Seus resultados representam a pecuária nacional em fóruns internacionais de comparativos de custos e rentabilidade de produtores. Entre maio/2024 e maio/2025, o custo operacional efetivo (COE) da pecuária, que abrange apenas os insumos correntes da atividade, custo do capital investido e depreciações são calculados no Custo Operacional Total (COT), aumentou em todos os sistemas analisados. Na “Média Brasil”, que considera 13 Estados de forma ponderada conforme seus rebanhos, o COE subiu 11,8% para a atividade de cria e 33,1% para recria e engorda. Mesmo com essa elevação dos custos, a forte valorização do boi gordo e do bezerro, especialmente entre outubro e janeiro, impulsionou as margens da pecuária. Como parâmetro de aumento da receita dos produtores, o preço médio do boi gordo no estado de São Paulo subiu 36% de maio/2024 a maio/2025, em termos nominais, e o Indicador CEPEA/ESALQ do bezerro em Mato Grosso do Sul, 40%. Esse movimento foi impulsionado pela baixa oferta de bovinos para abate diante da demanda interna e principalmente do crescimento das exportações de carne bovina.

Com a alta do boi gordo, também o bezerro se valoriza. Apesar do forte avanço no acumulado anual, entre abril e maio, a margem da recria e engorda recuou, em razão do enfraquecimento do mercado do boi gordo. Enquanto o COE subiu 1,46% no período, a margem por arroba produzida caiu 16,5%, com o pecuarista de recria-engorda gastando mais para produzir e recebendo menos pelo gado, tornando negativa sua rentabilidade no período. No caso específico do confinamento, a recuperação da margem foi ainda mais acentuada. O COE avançou 26,9% e a margem, que estava negativa em meados de 2024, passou para R$ 81,23 por arroba produzida em maio. Esse avanço também se refletiu na previsão de rentabilidade da atividade, calculada pelo Cepea em parceria com a Tortuga/DSM. Segundo esses cálculos contínuos, que consideram o confinamento dos animais por 105 dias em sistema tecnológico básico, em 11 Estados, a rentabilidade média pode alcançar 10% para os abates de junho, mantendo-se positiva durante os meses da entressafra e de maior ocupação dos confinamentos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.