24/Jun/2025
De acordo com o Rabobank, a certificação do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação, oficializada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), representa um marco para o setor de proteína animal, abrindo espaço para exportações a mercados mais exigentes e gerando uma economia de cerca de R$ 600 milhões ao ano para os produtores. É uma excelente notícia para o Brasil. Essa certificação não apenas reforça a credibilidade sanitária do País, mas também cria a possibilidade de acessar mercados premium, como Japão e Coreia do Sul, que exigem esse tipo de status para habilitar importações. A febre aftosa é uma das doenças mais temidas da pecuária por seu alto poder de contágio e pelos prejuízos produtivos, principalmente em termos de ganho de peso e produção de leite.
O último foco da doença no Brasil foi registrado em 2006. A certificação é resultado de um longo processo iniciado com o lançamento do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa em 1992, e atualizado em 2017 com a meta de tornar o País livre da doença sem vacinação até 2026. A meta foi atingida antes do prazo. Com base nos dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rabobank estima que a retirada da vacinação deve gerar uma economia de cerca de R$ 606 milhões por ano ao setor produtivo. É um rebanho de aproximadamente 238 milhões de cabeças. Só a suspensão das campanhas em maio e novembro já representa uma redução de custo significativa.
Valores relacionados a armazenamento, capacitação e logística não estão incluídos nessa estimativa. Além dos benefícios para a carne bovina, há os efeitos positivos também sobre a cadeia de suínos, com destaque para o histórico de Santa Catarina, primeiro Estado brasileiro a ser reconhecido pela OMSA, em 2007. O status diferenciado tende a reforçar a competitividade do Estado nas exportações de proteína animal. Países como Filipinas e Indonésia já demonstraram interesse em importar miúdos bovinos brasileiros após a certificação.
No entanto, será necessário um esforço do governo brasileiro para renegociar certificados sanitários com parceiros comerciais. Apesar do otimismo, o fim da vacinação impõe desafios. O principal risco é a reintrodução do vírus, especialmente nas regiões de fronteira com países onde a febre aftosa ainda não foi erradicada. Isso exige vigilância sanitária permanente e capacitação técnica constante. Alguns produtores ainda demonstram resistência ao novo modelo, por temerem a ausência da proteção vacinal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.