24/Jun/2025
Usando ferramentas de inteligência artificial, pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte (UNCC) analisaram milhares de proteínas virais do H5N1 e descobriram que suas ligações com anticorpos protetores vêm se enfraquecendo no decorrer do tempo. A constatação é a de que as versões mais recentes do vírus melhoraram sua capacidade de escapar das defesas naturais do sistema imunológico humano. O vírus certamente sofreu uma mutação diferente da que foi visto há uma década. Essas adaptações aumentam o potencial pandêmico do vírus e vacinas candidatas desenvolvidas há 10 anos podem não ser eficazes contra cepas atuais do vírus. Isso é, potencialmente, péssimo.
As descobertas foram apresentadas na ASM Microbe 2025, a reunião anual da Sociedade Americana de Microbiologia, em Los Angeles (EUA). Inicialmente, os pesquisadores coletaram dados sobre mais de 1.800 proteínas do H5N1. Eles usaram o AlphaFold 3, um sistema de dobramento de proteínas com inteligência artificial, para prever as estruturas complexas das proteínas virais. Em seguida, usando sistemas de modelagem baseados em física, testaram a eficácia da ligação de 11 anticorpos imunes (coletados de pessoas e camundongos) às proteínas.
Melhores ligações significam melhor proteção, mas a análise revelou que, ao longo dos anos, a ligação vem se enfraquecendo. O desempenho dos anticorpos está diminuindo à medida que se chega aos isolados mais novos. Os pesquisadores também têm utilizado grandes conjuntos de dados focados no H5N1 para conectar melhor os clados do vírus a canais de transmissão específicos. Existem clados distintos com trajetórias de transmissão muito distintas entre hospedeiros.
Os pesquisadores recentemente conectaram a morte de uma pessoa na Louisiana (EUA) por H5N1 a um clado que pode passar diretamente de ave para humano, sem precisar passar por outro animal. Essas análises mostram como o vírus está encontrando estratégias para escapar do sistema imunológico. O grupo descreveu uma abordagem que utiliza informações moleculares de cepas novas e emergentes para desenvolver tratamentos eficazes e direcionados. É possível gerar novas terapias com base nessas cepas. Isso pode ser feito rapidamente com o pipeline de IA. Fonte: American Society for Microbiology. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.