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04/Jun/2025

Frango: impacto limitado da gripe aviária no Brasil

Segundo o Rabobank, o Brasil tem potencial para retomar as exportações de carne de frango sem impactos severos, desde que não haja novos casos da gripe aviária em granjas comerciais. Esse é o cenário mais provável após o cumprimento do período de vazio sanitário de regionalização do problema, com efeitos limitados e controlados. As medidas de controle, como isolamento, monitoramento de granjas vizinhas, barreiras sanitárias e desinfecção, têm se mostrado eficazes e, caso o período de 28 dias sem novos casos seja cumprido, o Brasil poderá se autodeclarar livre da doença, restando apenas a decisão dos importadores para retomar os fluxos comerciais. Sobre os impactos iniciais, algumas cargas que seriam exportadas estão sendo redirecionadas para outros mercados e, caso não haja alternativa, podem acabar no mercado doméstico. Isso gera uma sobreoferta, o que justifica a queda nos preços do frango vivo.

Grandes frigoríficos e integradoras (BRF, Seara e algumas cooperativas) já sinalizaram que não pretendem reduzir o alojamento, o que é um sinal de otimismo e bastante positivo. A substituição do Brasil como fornecedor global é limitada e custosa. A Turquia poderia ser uma opção temporária, mas com preços mais altos e menor capacidade de volume. Considerando que os grandes exportadores convivem com o vírus, o Brasil era um dos últimos, senão o último, grande produtor ainda livre da doença. A dependência de países importadores da carne brasileira reforça essa visão. Mercados como Iêmen, Egito, Omã, Emirados Árabes, África do Sul, Coreia do Sul, Filipinas e Japão consomem até 80% do que importam de frango do Brasil. Para esses importadores, trocar de fornecedor de um mês para o outro, criando novos canais de relacionamento, não é algo que se faz da noite para o dia. O sistema brasileiro de produção é uma barreira natural contra a disseminação do vírus, diferente dos Estados Unidos e Europa. Cerca de 99% da produção de ovos e frango ocorre em granjas fechadas, com controle ambiental, reduzindo significativamente o risco de propagação.

Sobre o impacto dos 28 dias previstos para a quarentena, haverá uma sobreoferta temporária no mercado interno, especialmente das cargas destinadas à exportação. O principal impacto vai ser no atraso na reposição das aves. Num momento em que a demanda se estabiliza, a reposição vai superar os níveis de oferta, e isso vai ser às custas de preços maiores. Destaque também para a estabilidade dos preços internos na China, que indicam estoques confortáveis e reforçam a confiança dos importadores em manter a relação comercial com o Brasil. Se o mercado chinês tivesse decidido substituir o Brasil, os preços ao consumidor já teriam subido. Com a normalização da situação sanitária, o setor pode experimentar um aumento dos preços globais do frango, em virtude da retomada da demanda. A demanda, na retomada, deve ultrapassar a oferta. Isso deve levar a preços maiores, muito provavelmente, no mercado global. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.