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03/Jun/2025

Frango: perspectivas positivas para o 2º semestre

Segundo o Citi, a perspectiva é positiva para o setor avícola brasileiro no segundo semestre, caso o País mantenha o surto de gripe aviária sob controle. A ausência de novos casos sinaliza uma possível recuperação no segundo semestre. A preparação estrutural do setor, com mais de 120 acordos sanitários bilaterais e gestão zonal, tem sido crucial para evitar impactos ainda maiores. Os custos de produção devem cair nos próximos meses, impulsionando as margens. A colheita recorde de milho no Brasil já reduziu o preço do grão de R$ 80,00 por saca de 60 Kg para entre R$ 55,00 e R$ 60,00 por saca de 60 Kg em maio. A queda no valor da ração, que representa cerca de 70% dos custos totais, deve beneficiar especialmente os grandes exportadores integrados.

A oferta, no entanto, continuará limitada até 2026, com capacidade de expansão de matrizes já atingindo o teto de 61 milhões de galinhas. Em abril, os alojamentos de matrizes ficaram dentro desse limite, e os índices de incubação permanecem restritos por fatores genéticos. O Brasil mostrou resiliência, mesmo diante de um cenário que, anos atrás, poderia ter interrompido totalmente as exportações. A resposta rápida e os mecanismos de contenção impediram uma crise mais profunda. O setor mostrou preparo e estrutura para enfrentar choques sanitários com menor impacto econômico. Porém, mais de 20 países impuseram restrições às exportações de carne de frango brasileira, o que representa impacto sobre 40% a 45% dos embarques, incluindo mercados estratégicos como China e União Europeia.

As perdas de receita podem ultrapassar US$ 400 milhões se novos casos forem confirmados nos próximos dias. Em contrapartida, caso nenhum novo foco surja até 19 de junho, o País poderá retomar sua condição sanitária junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), permitindo a normalização gradual das exportações. Amostras de uma granja em Anta Gorda (RS) ainda estão em análise. Um laudo negativo manteria a contagem sanitária, mas um teste positivo reiniciaria o prazo, empurrando o restabelecimento do status sanitário para meados de julho. No mercado interno, a pressão sobre os preços já é evidente. Com o redirecionamento de parte dos embarques ao consumo doméstico, os preços do frango caíram entre 4,5% e 9,6% em maio.

Em São Paulo, o preço do peito caiu 3,6%, para R$ 10,60 por Kg, enquanto coxas e sobrecoxas recuaram 9,6%, para R$ 7,50 por Kg. O frango vivo teve queda de 12,3%, com preços a R$ 5,70 por Kg. Apesar da retração, as grandes processadoras têm adotado estratégias para conter o excesso de oferta. Empresas com plantas integradas estão armazenando os produtos exportáveis em contêineres refrigerados, com autorização do Ministério da Agricultura, para evitar que o volume extra pressione ainda mais os preços no mercado doméstico. As exportações totais caíram 1,5% em volume na comparação anual, mas o preço médio subiu 2,1% em relação a maio do ano passado, para US$ 1.808,00 por tonelada, o que sustentou uma leve alta de 0,5% na receita diária média (US$ 35,9 milhões). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.